Não querendo alarmar ninguém, e talvez esta crónica não seja o meio ideal de veicular esta mensagem, mas aqui vai: acho que estou a ter uma profunda crise de ansiedade.
Agora.
Neste preciso momento.
Enquanto vos escrevo.
Do estilo, precisar de comprimidos e acompanhamento. E a prova de que este não é o meio ideal para desabafar sobre isto, é que vocês estão a ler a crónica 12h depois de eu a escrever e não podem fazer nada por mim.
Sinto que falta alguma consciencialização sobre a pouca utilidade de escrever uma crónica para um meio digital no preciso momento em que se está a ter um ataque de ansiedade. Fica a nota.
Mas ansiedade, porquê? Se ainda não chegaram lá, eu explico a todos os leitores da Tribuna Expresso que andam no Ensino Recorrente: como é óbvio, estou a ter um ataque de ansiedade porque hoje não há jogos.
Nem um.
Nem um Japão-Leiria para matar o bicho, nada. Um dia inteiro de interregno. De interregno, valha-me Deus. Um interregno. Quem é que quer um interregno?
Ninguém! Ninguém. Queremos jogos. Jogos. Mundial. Jogos. Jogos. Não perceberam? Eu repito. Jogos. Jogos, cerveja, bola, jogadores, 11 inicial, jogos, jogos, Mundial, jogos, interregn... Não. Não foi isto que tínhamos combinado.
Já não sei viver sem Mundial. Não sei, literalmente, o que fazer à minha vida hoje. Com a chegada do Mundial, desprendi-me de tudo: deixei de falar aos meus amigos, despedi-me da minha família, destruí o meu telemóvel com um martelo pneumático e mergulhei no isolamento.
São quatro longos anos de espera por um Mundial e depois quando a coisa está a correr bem, um dia de interregno? Não podem dar-nos comida à boca e depois fazer marcha atrás com a colher. Espero que a FIFA reveja esta situação. Ai de quem se lembre de fazer interregnos em 2022 no Qatar. E tenho dito.
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