Que injusta, a eliminação russa. Feitas as contas, constata-se que o número de jogadores russos foi exatamente igual ao número de jogadores croatas a falhar penáltis: um para cada lado. Depois, a Rússia teve o azar de haver um adepto brasileiro, de férias na Rússia e equipado a rigor, com a infeliz ideia de invadir o relvado e cobrar aquele penálti sem sucesso.
Atenção, não sou propriamente anti-naturalizações. Quando o jogador emigra jovem e nunca alinhou pelo país onde nasceu, se sente mais a bandeira do país onde vive, faz sentido. Mas o lateral direito russ... Brasileir... Russo, Mário Fernandes, não só viveu no Brasil até ser um homem mais que feito, como fez tudo para singrar no Escrete, teve muitos altos e baixos por causa de saídas noturnas e álcool, chegou finalmente a ser convocado, jogou num particular e só porque nunca mais foi chamado, apercebeu-se que era russo desde pequenino.
No fundo, Mário Fernandes passou a noite de volta duma gatinha que lhe interessava e quando viu que não conseguia, optou então pela amiga estrábica. A Rússia foi o limpa palato de Mário Fernandes após ver que a relação com o Brasil não tinha dado certo. Rússia, achei que tinhas mais amor próprio. Uma das maiores potências mundiais e dás por ti a ser a “rebound girl”. Que tristeza.
Certamente que as tuas amigas te avisaram. A Moldávia, a Bielorrússia, a Ucrânia, de volta da Rússia num jantar de miúdas no Príncipe Real, a fazer-lhe uma intervention. “Ele não gosta realmente de ti, só te está a usar para esquecer a outra, não sejas segunda opção ou ainda acabas magoada. Rússia. Rússia! Larga o telemóvel. Não vais nada ligar-lhe. Rússia. Chega, não bebes mais.”
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