Luís Franco-Bastos

“Estado Puro” #27. Brevemente, Liechtenstein e Papua Nova Guiné serão candidatos (por Luís Franco-Bastos)

“Estado Puro” #27. Brevemente, Liechtenstein e Papua Nova Guiné serão candidatos (por Luís Franco-Bastos)
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Luís Franco-Bastos nasceu em Lisboa, nomeadamente num hospital privado. Licenciou-se em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e a média com que concluiu o curso é, no seu entender, um assunto do foro privado. É humorista e proprietário de imóveis, mas sobretudo humorista. Foi contratado só para esta crónica e, se alguém do Expresso tiver dois dedos de testa, não se seguirá mais nenhuma colaboração

Estamos outra vez nisto. Nada de Mundial durante umas horas valentes. Nomeadamente, 72. E o pior de tudo: restam quatro jogos. Parece que foi ontem que vimos 23 russos completamente jardados a arrumar a poderosa Arábia Saudita, naquele que foi um jogo de inauguração determinado de forma absolutamente aleatória com o selo da Gazprom.

Já em jeito de balanço, este Mundial foi a prova de que o futebol se globalizou. O fosso entre gigantes e tomba-gigantes estreitou-se. A minha previsão é que, dentro de poucos anos, Liechtenstein e Papua Nova Guiné lutem para estar nas meias. Recordo-me de um jogo entre Liechtenstein e Portugal, no apuramento para uma fase final, já há muitos anos.

O jornalista da RTP assinalou o facto de que o Liechtenstein tinha apenas um jogador profissional mas não podia alinhar porque se encontrava lesionado. Pergunto-me qual será a reacção desse mesmo jornalista da RTP quando, num futuro não tão distante assim, o Liechtenstein eliminar a Alemanha por 3-0 nas meias finais, com hat-trick do seu ponta-de-lança e capitão, GajodoLiechteinsten, que será estrela do Real Madrid daqui a 15 anos e cuja cláusula de rescisão será 400 milhões de Euros mais um apartamento T0 em Lisboa, ou seja, 750 milhões.

Os tempos mudam, ele que se prepare.

Por essa altura, em princípio, já nos passou o eterno e incurável ressabiamento de anos e anos com a França e já seremos capazes de não torcer desalmadamente pelo seu insucesso em todas as competições. Por enquanto, mantém-se. “‘Tás por quem?” - desde que não ganhe a França, até podem repescar o Cazaquistão, é-me igual. Força, não-franceses.

Estamos juntos.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt