Por vezes, a vida coloca-nos em situações que nunca esperámos. É numa dessas que me encontro neste momento: estou desejoso que o Mundial acabe. Não me fartei, não deixei de amar o desporto-rei, mas sucede o seguinte: preciso, desesperadamente, que a competição termine para eu ter a certeza que paro de fazer previsões completamente erradas dos resultados.
A situação tornou-se insustentável: Espanha, que eu previ como finalista, foi a primeira equipa a ser eliminada após eu publicar a previsão no Twitter; errei a queda do Brasil nos quartos; espalhei-me ao comprido no Suíça-Suécia. E ontem, com 60 minutos ainda por jogar, assumi publicamente que sentia os ingleses como finalistas. A jovem e tecnicista Inglaterra começou bem, mas a forte e organizadíssima Croácia superou-se e está na final com muito mérito.
Assim sendo, parece-me evidente que basta a qualquer seguidor meu acompanhar as minhas previsões, ir a todos os sites de apostas despejar o seu ordenado na opção contrária e até Domingo há um boom de bilionários em Portugal. Sou uma espécie de autista a contar cartas ilegalmente em casinos, mas pela negativa. Basta NÃO fazer o que eu digo.
Termino este bonito pedaço de crónica dizendo o seguinte, e estou plenamente convicto do que vou afirmar: não só Portugal não se sagrará bicampeão europeu em 2020, como não vencerá o Mundial 2022 no Qatar.
Mais: o Benfica não ganhará a Liga 24 anos consecutivos, muito menos vencerá todas as edições da Champions até 2037. Tenho dito.
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