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Justiça norte-americana investiga o PGA Tour por comportamento anticompetitivo face ao LIV Golf, o circuito financiado pela Arábia Saudita

Phil Mickelson, um dos golfistas que saíram do PGA Tour para se juntar ao circuito do LIV, durante a prova em Portland, nos EUA
Phil Mickelson, um dos golfistas que saíram do PGA Tour para se juntar ao circuito do LIV, durante a prova em Portland, nos EUA
Jamie Squire/LIV Golf

A notícia já foi confirmada pela própria PGA. Vários agentes de jogadores de golfe terão sido contactados pelo Departamento de Justiça dos EUA e questionados acerca da participação dos seus agenciados noutros eventos, além de ações da PGA Tour nos últimos meses, relativamente à LIV, novo circuito financiado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita

Tribuna Expresso

O Departamento de Justiça norte-americano (DOJ, na sigla em inglês) está a investigar o PGA Tour, acusado de comportamento anticompetitivo em relação à rival LIV Golf, com origens na família real saudita - o novo circuito é financiado pelo Fundo de Investimento Público do país. De acordo com o “Wall Street Journal”, a até agora detentora do monopólio dos grandes torneios internacionais de golfe já confirmou a acusação.

O jornal anuncia ainda que os agentes de múltiplos profissionais da modalidade foram contactados pela justiça americana com questões acerca da participação dos seus agenciados em eventos não organizados pela PGA e sobre a atuação desta organização, nos últimos meses, relativamente à LIV Golf.

A luta entre as duas entidades tem dividido o golfe profissional e ambos os lados sabem que a probabilidade de acabarem num tribunal dos EUA será grande. A investigação, por norma, incluiria uma ordem para “congelar” todas as comunicações relevantes, tanto internas como com outros organismos, da parte do PGA Tour.

Um porta-voz da organização mostrou-se confiante em relação ao desfecho do caso. Quanto ao DOJ, mostrou-se indisponível para comentar a situação. Desde o surgimento do LIV Golf, o PGA Tour suspendeu jogadores que optaram por participar em eventos do circuito rival, o que o LIV considera anticompetitivo. Alguns golfistas já deixaram mesmo a PGA.

Tal como noutras modalidades, a ascensão de um organismo alternativo ao convencional abanou o golfe, acima de tudo, a nível financeiro.

A LIV oferece 25 milhões de dólares em prémios nos seus torneios, muito mais do que é atualmente dado pelo PGA Tour, além das somas astronómicas que os protagonistas do golfe recebem apenas por assinarem um contrato. De acordo com o “Wall Street Journal”, a PGA já admitiu que não consegue chegar aos valores oferecidos pela LIV.

Em junho, Jay Monahan, dirigente da PGA, já tinha dito: “Se isto é uma corrida às armas e se as únicas disponíveis são notas de dólar, o PGA Tour não pode competir. O PGA Tour, instituição americana, não pode competir com uma monarquia estrangeira que gasta milhares de milhões de dólares numa tentativa de comprar o jogo do golfe”.

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