Atleta de Coimbra, de 18 anos, garante primeira medalha da história de Portugal em Mundiais de natação de piscina longa. Foi prata nos 50 mariposa, só atrás do italiano Thomas Ceccon
Jornalista
Dia histórico para a natação portuguesa. Diogo Ribeiro é vice-campeão mundial de natação, nos seus primeiros Mundiais a nível sénior, ao ser 2.º nos 50 mariposa. Aos 18 anos, o atleta de Coimbra conquista a primeira medalha de Portugal em Mundiais de natação de piscina longa, melhorando o 5.º lugar conseguido por Alexandre Yokochi nos Mundiais de Madrid em 1985, na natação pura.
O tempo também impressiona: 22,80 segundos, recorde nacional, melhorando os 22.93 que trazia dos Mundiais juniores de Lima, em setembro, que foi também então recorde mundial júnior. A história pode acontecer num ápice, num abrir e fechar de olhos.
Com o melhor arranque da prova ao nível do tempo de reação, Diogo Ribeiro manteve-se sempre na frente nesta que é uma das competições mais rápidas do calendário dos Mundiais, que este ano se disputam em Fukuoka, Japão, a mesma cidade que em 2001 assistiu ao despontar de um tal de Michael Phelps, também nuns Mundiais.
Apenas o italiano Thomas Ceccon, um dos favoritos, fez melhor, com o nadador do Benfica a bater, por exemplo, o francês Maxime Grousset (bronze), o melhor nas meias-finais, ou o britânico Ben Proud. Aos 18 anos, era o mais jovem na final. Após tocar a parede e olhar para o ecrã gigante com os resultados, o seu punho bateu na água, uma fuga da adrenalina depois de um esforço que se tornou no momento mais alto da história da natação portuguesa.
É mais uma medalha internacional sénior para o jovem português, treinado do Alberto Silva no Centro de Alto Rendimento no Jamor desde 2021, que há um ano foi bronze nos Europeus, na mesma distância, que não está no calendário olímpico. Nestes Mundiais, Diogo Ribeiro ainda vai participar nos 100 mariposa, 50 livres e 100 livres, distâncias para as quais já está apurado para os Jogos Olímpicos do próximo ano. Diogo é campeão mundial júnior nas duas primeiras provas.
Chegar à final já o tinha colocado como apenas um dos três portugueses a conseguir fazê-lo nuns Campeonatos do Mundo, depois de Yokochi, em 1985, e Ana Barros, em 1991. Agora, Diogo Ribeiro faz o que ninguém nascido em Portugal havia conseguido.
Coincidência ou não, seria António Silva, líder da Federação Portuguesa de Natação e presidente da LEN, federação europeia da modalidade, o responsável por entregar as medalhas dos 50 mariposa.
Para Diogo Ribeiro, que entrou sério para o pódio mas logo abriu um largo sorriso face à enorme festa da comitiva portuguesa, ficou reservado um abraço mais longo por parte do responsável português.
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