João Ribeiro e Messias Baptista campeões mundiais de K2 500. E estão nos Jogos de Paris
Depois de Fernando Pimenta, mais um título mundial para Portugal nos Mundiais de canoagem e numa distância olímpica
Depois de Fernando Pimenta, mais um título mundial para Portugal nos Mundiais de canoagem e numa distância olímpica
Jornalista
Aí está mais um título para Portugal nos Mundiais de canoagem de Duisburgo. Depois de Fernando Pimenta no K1 1000, desta vez a dupla João Ribeiro e Messias Baptista brilhou no K2 500, também olímpico, garantindo assim também mais uma vaga para a canoagem portuguesa nos Jogos Olímpicos de Paris.
Foi uma prova taticamente irrepreensível da dupla portuguesa, que assumiu a liderança já perto do final, depois de um início com todas as tripulações muito juntas. João Ribeiro e Messias Baptista bateram a poderosa dupla húngara Bence Nadas e Balint Kopasz, que quedou-se com a prata, com o bronze a ficar com os espanhóis Adrian del Rio e Rodrigo Germade. Ficou assim vingado o 4.º lugar dos Europeus de Cracóvia, há dois meses.
O ouro mundial surge 10 anos depois do primeiro para João Ribeiro, que em 2013 venceu nesta distância com Emanuel Silva. Na altura, o K2 500 não era olímpico, mas estará no programa de Paris. Além de Ribeiro e Messias, também Fernando Pimenta conseguiu a vaga para Portugal no K1 1000 no sábado, com Teresa Portela quase seguramente a consegui-lo também no K1 500, estando apenas à espera da confirmação oficial, depois de ter sido 8.ª na final, mas com várias das restantes finalistas já apuradas via outras tripulações.
Já Messias Baptista junta o título mundial ao europeu conseguido nos Jogos Europeus de Cracóvia, aí no K1 200.
“Este ano estivemos sempre muito perto. Hoje percebemos que estávamos rápidos e conseguimos acabar em primeiro. Tínhamos estado sempre tão perto mas hoje tudo faz sentido”, começou por dizer Messias na flash logo após sair da água, ao lado de um muito emocionado João Ribeiro, em lágrimas, a dedicar o ouro à filha que está hospitalizada.
Mais tarde, à RTP3, João Ribeiro voltou a falar do caminho desta embarcação, que nos últimos anos ficou sempre perto de grandes resultados e consegue agora um título há muito procurado.
“Sabíamos que éramos uns dos candidatos às medalhas. Nesta final tanto podíamos ganhar como ficar em 9.º, o nível é muito elevado. No último Mundial tínhamos o melhor tempo, chegámos à final e ficámos em 5.º, nos Europeus íamos lutar pelas medalhas e com um pequeno erro meu ficámos em 4.º, sempre à porta. Mas eu sentia que hoje era o momento”, sublinhou o atleta de 34 anos, lembrando as boas memórias da pista de Duisburgo, a mesma onde já havia sido campeão mundial em 2013.
E para o colega de embarcação, muitos elogios: “Tenho um dos melhores atletas nas minhas costas e foi fácil fazer esta prova, o Messias tem uma confiança enorme, uma auto-estima gigantesca e dá-me sempre muita confiança”.
Messias Baptista sublinhou a boa entrada e “a crença e um acreditar diferente” que a dupla sentiu no final. “Ver o João a marcar o ritmo é algo incrível, eu ainda era uma criança quando o João já remava e agora estou aqui a partilhar o meu primeiro título mundial numa distância olímpica com ele. Hoje somos os melhores do mundo. Não vou mentir, sempre acreditei na medalha. Temos vindo a demonstrar o potencial desta embarcação nos últimos dois, três anos. O primeiro objetivo seria a vaga olímpica mas agora vamos festejar este título”, explicou à RTP3
Os dois títulos mundiais, mais um terceiro apuramento olímpico quase certo, acabam fechar num tom positivo uns Mundiais de Duisburgo que começaram com as desilusões do não apuramento dos dois K4 para Paris, tanto o masculino como o feminino. Fernando Pimenta ainda participa este domingo no K1 5000, distância não-olímpica, onde é sempre um dos favoritos. João Ribeiro/Messias Baptista e Pimenta chegarão a Paris como campeões mundiais em título.
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