O dia parecia perfeito em Chicago, sem vento, com condições ideais para um encontro com a história. Os olhos fixavam-se em Kelvin Kiptum, o fenómeno queniano de 23 anos, uma promessa à beira de se concretizar. E, depois de duas horas e 35 segundos de correria, um jovem com lugar na história.
Kiptum venceu a maratona de Chicago com estrondo. Ao percorrer o percurso em 2.00:35, o queniano tornou-se no novo recordista mundial da distância mais célebre das corridas de fundo.
O jovem melhora, assim, a anterior marca líder, a do seu compatriota Eliud Kipchoge. O lendário campeão, o “rei-filósofo”, fixara o recorde em duas horas, um minuto e nove segundos. Kiptum é, assim, o primeiro homem a descer das duas horas e um minuto na maratona, tirando 34 segundos ao feito de Kipchoge.
A reta final da competição, com Kiptum cheio de energia, esbracejando e saudando o público, dominando o cenário e desfrutando, quase pareceu indicar que ainda havia forças no corpo do queniano, que não deixou de sprintar até à meta.
À partida, o grande objetivo do jovem era superar o recorde da maratona de Chicago, um dos seis majors, juntamente com Tóquio, Boston, Londres, Berlim e Nova Iorque. Mas cedo se percebeu que o seu tempo seria bem melhor que os 2.03:45.
Kiptum vem avisando do seu potencial, sobretudo, desde 2022. No ano passado, em Valência, tornou-se no terceiro homem mais rápido da história nos 42,105 quilómetros, com 2.01:53. Em abril deste ano, fez 2.01:25, em Londres, 16 segundos mais lento do que Kipchoge.
Agora, na terceira maratona da sua carreira, Kiptum bate o recorde do seu compatriota. Aos 23 anos, é já lenda do atletismo.
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