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Entrevista a Vasco Vilaça, o triatleta que quer uma medalha em Paris: “É o sonho desde criança, desde que vi a Vanessa em Pequim”

Entrevista a Vasco Vilaça, o triatleta que quer uma medalha em Paris: “É o sonho desde criança, desde que vi a Vanessa em Pequim”
SOPA Images
É uma das grandes esperanças para medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Vasco Vilaça, de 23 anos, é um triatleta para quem tudo começou ao ver Vanessa Fernandes nos Jogos Olímpicos de 2008. Quase, quase campeão do mundo em Pontevedra, onde foi traído pelo corpo, venceu no início do mês a última prova da Taça do Mundo, em Roma, e está entre os melhores da modalidade. Numa conversa com a Tribuna Expresso nas piscinas do Jamor, depois das férias e antes de regressar ao trabalho em Girona, onde treina, o jovem atleta do Benfica reflete sobre ambições, armadilhas, o veneno da derrota e ainda sobre os ensinamentos que lhe deram os 10 anos na Suécia

Deixa-me começar pelo evento teste de Paris. Quais foram as sensações?
Paris. Foi a prova mais importante, não só eu, mas a maior parte dos atletas estavam a preparar essa prova muito mais do que qualquer outra, porque muitos países tinham a qualificação lá e porque é a única oportunidade para experimentar a prova antes dos Jogos. O valor que é dado à prova é muito grande e está lá toda a gente na melhor forma possível, acaba por ser uma prova especial, uma prova em que provavelmente está a start list mais difícil que vamos encontrar no ano todo. No Campeonato do Mundo há muitos atletas que faltam a algumas etapas, de sete só cinco delas é que contam e ali ninguém falta, está toda a gente, diria que é até mais difícil que os Jogos em si, porque tens países que têm cinco atletas no top-20 e depois no máximo só três é que podem ir aos Jogos. Ou seja, há atletas muito bons que depois infelizmente não podem estar nos Jogos.

Certo.
É uma prova muito especial. Foi muito bem preparada. O que me lembro muito bem é ser o meu primeiro contacto com o que tem a ver com os Jogos. Ou seja, para 2021, embora tenha tentado lutar pela qualificação, nunca fui ao test event, não fui a Tóquio. Foi realmente o primeiro contacto em que se sentiu que isto são os Jogos.

Conhecendo o percurso, afinaste alguma coisa no treino? Houve alguma especificidade que te fez pensar no que vem e fez mudar algo no dia a dia?
Diria que no treino, não. O que mudo no treino podia vir de Paris como de outra prova qualquer. Consigo facilmente notar, numa WTS [World Triathlon Championship Series], se alguma coisa está em falta. Neste momento tem tudo corrido muito bem. O segundo lugar em Paris, claramente, mostrou que estava tudo no caminho certo. Aquilo que ajustamos são mais os detalhes conectados a essa prova. Ou seja, como é que nado, pedalo e corro. Sei que está tudo a funcionar bem pelas outras provas e resultados, mas depois consigo ver alguns erros que fiz em Paris. Por exemplo, na natação, onde é que me posicionei na partida. Tive uma partida que não foi muito boa. Normalmente, tento colocar-me nos lados, mas esta natação é muito especial porque tem uma corrente bastante forte, era um rio, tentei colocar-me no meio para apanhar essa corrente, mas não correu bem. A mesma coisa a voltar, tentei cortar caminho, tentei ir pelo caminho mais curto, mas aí estava a nadar contra a corrente. Acabei por perder tempo comparado com os outros. São mais detalhes desse tipo que são ajustados. Sei que no ciclismo, por estarmos a pedalar nos Champs Élysées, que é um empedrado muito antigo e rugoso, a corrente saltou-me duas vezes. São coisas dessas que tenho de ajustar para a próxima.

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