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O Benfica não sabe de Pichardo, o atleta não quer saber do Benfica e Portugal tem um campeão olímpico que não pode competir

O Benfica não sabe de Pichardo, o atleta não quer saber do Benfica e Portugal tem um campeão olímpico que não pode competir
ANDREJ ISAKOVIC/Getty

O campeão europeu, mundial e olímpico do triplo salto ainda está a recuperar de lesão, mas não comunica com o seu clube e treina com um fisioterapeuta de Federação Portuguesa de Atletismo, na qual ainda não tratou de fechar a sua filiação. Sem ela, Pedro Pichardo não pode entrar nas provas internacionais onde terá de se qualificar para os Jogos de Paris. O Benfica tratou, em outubro, da inscrição do atleta, que não compete desde maio de 2023. O atleta quer sair do país, mas já não pode representar outra nação

Aterrado em Lisboa, uma vez mais com um penduricalho dourado ao pescoço, as palavras de Pedro Pablo Pichardo não enganavam: “Nunca me arrependi de estar aqui. Estou muito feliz aqui, muito grato ao país e ao povo todo pelo carinho, as mensagens, tudo. Estou muito contente.” Era a terceira sequela de um filme bem-sucedido para o atleta e Portugal. Em março de 2023, o atleta falava no Aeroporto Humberto Delgado do alto da revalidação do título europeu de pista coberta, depois de já o ter feito no ano anterior e no ano antes desse, ao ser campeão mundial e olímpico. “Esta medalha é de Portugal”, disse, aquando de um desses ouros. Por estes dias, contudo, Pichardo está em risco de não poder competir pelo país.

Em causa está uma pequena burocracia processual, questão de mera validação, mas que é a ponta de um imbróglio de farta dimensão. Na plataforma da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), de seu nome LINCE, onde os clubes e atletas nacionais devem submeter o contrato que os liga e validar a sua filiação, apenas o Benfica tratou da sua parte. Falta Pedro Pichardo concretizar a sua para “completar o processo” porque “a participação nos Jogos Olímpicos depende da sua filiação” na entidade, confirmou, à Tribuna Expresso, o vice-presidente, Paulo Bernardo. Até terça-feira, o recordista nacional do triplo salto ainda não o tinha feito e sem esse registo nem pode competir em provas internacionais, onde tem de ir atrás dos mínimos que o qualifiquem para Paris.

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