Este sábado, 30 de novembro, a federação internacional de esgrima vai a votos. Emmanuel Katsiadakis, presidente interino desde março de 2022, decidiu não se candidatar, pelo que uma nova cara irá liderar o organismo máximo da modalidade que representa uma atividade cujas raízes precedem, e muito, a era do desporto organizado e estruturado.
Uma liderança rejuvenescida instalar-se-á na Suíça, onde está a sede da federação internacional de esgrima (FIE). Um novo responsável supervisionará as competições mundiais que, nos próximos meses, se disputarão em Espanha, na Alemanha, em Itália, em França, nos Estados Unidos ou na Grécia.
Bem, mais ou menos. É que o mais que provável novo líder não é propriamente novo na esgrima, já tendo ocupado o cargo entre 2008 e 2022. E, mais insólito do que isso, o mais que provável novo presidente não pode entrar na Suíça, por estar proibido de viajar para o país. E também não pode entrar em Espanha, na Alemanha, em Itália, em França, nos Estados Unidos ou na Grécia.
Alisher Usmanov, bilionário com fortuna feita nas indústrias do metal e das minas, presidiu à FIE entre 2008 e 2022. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, teve de se afastar da liderança, devido às sanções que lhes foram impostas, nomeadamente ao congelamento de contas e ativos nos países da União Europeia, que o descreve como “um oligarca pró-Kremlin com uma relação especialmente próxima com Vladimir Putin”, apontando-o mesmo como “um dos oligarcas favoritos” do presidente russo.
Ora, menos de três anos depois, isto parece ter deixado de ser um problema para a maioria do mundo da esgrima. 103 das 156 federações que compõem a federação internacional já anunciaram o seu apoio a Usmanov, que se apresenta, assim, como claro favorito às eleições que se realizam este sábado, em Tashkent, no Uzbequistão onde o bilionário nasceu.
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