A história do olimpismo em Portugal arranca com ligações monárquicas. Em 1906, António de Lencastre, médico da casa real, foi o primeiro cidadão nacional a ser nomeado para o Comité Olímpico Internacional. A entrada do homem que trabalhara com a rainha D. Amélia na criação do serviço público de assistência nacional aos tuberculosos precedeu, mesmo, a formação do Comité Olímpico Português, que só se deu já na 1ª República, a 30 de abril de 1912.
A chegada do Comité teve como propósito cumprir uma função que, 113 anos depois, continua a ser da “competência exclusiva” da entidade que, em 1992, foi rebatizada como Comité Olímpico de Portugal (COP): “Constituir, organizar e dirigir a delegação portuguesa participantes nos Jogos Olímpicos”, como lembra Gonçalo Almeida, advogado especialista em direito do desporto. Assim, em 1912, o COP teve como primeira missão a ida aos Jogos de Estocolmo, onde seis atletas foram os estreantes nacionais nas competições, entre eles Francisco Lázaro, que morreria horas depois de desfalecer ao quilómetro 29 da maratona.
Desde aquela meia dúzia de pioneiros na Suécia até aos Jogos de Paris, em 2024, houve 828 atletas portuguesas em Jogos de verão, aos quais se somam 16 representantes nos de inverno. A primeira medalha chegou em Paris 1924, com os cavaleiros Aníbal Borges de Almeida, Hélder Sousa Martins, José Mouzinho de Albuquerque e Luís Cardoso de Menezes a vencerem o bronze no equestre na mesma cidade onde, um século passado, se registou a melhor participação portuguesa de sempre.
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