Waldo Cortés-Acosta aceitou combate no Catar dois dias antes e fez 18 horas de viagem para derrotar o adversário em pouco mais de um minuto
Jeff Bottari
Waldo Cortés-Acosta entrou no octógono pela quinta vez este ano. No UFC Catar, foi chamado para substituir Sergey Spivak num combate contra Shamil Gaziev. O dominicano chegou a Doha uma hora antes da pesagem e, mesmo com dificuldades com o jet lag, venceu por KO
O braço de Waldo Cortés-Acosta foi apontado ao céu, num momento concedido aos vencedores da noite. Dominicano, tinha o olho esquerdo tapado por uma pala. Podia ser uma subtil conexão ao Caribe e, simultaneamente, comparar-se a um dos seus piratas. Convém não esquecer que o mundo das artes marciais é um antro de show off. No entanto, visto o pouco tempo que teve para preparar uma maneira de dar nas vistas no UFC Catar, ficou claro que o acessório tinha mesmo uma utilidade.
No dia que inaugurou o mês de novembro, lutou contra Ante Delija, em Las Vegas, e o croata pôs-lhe um dedo no olho. Afetado, Waldo Cortés-Acosta não abandonou o ringue e venceu por KO. Poucos dias depois, foi convidado para estar em Doha. O moldavo Sergey Spivak desistiu e Shamil Gaziev, que compete com a bandeira do Bahrain, precisava de alguém para tentar desfolhar num duelo de pesos pesados.
Passaram apenas dois dias entre Waldo Cortés-Acosta ter aceitado enfrentar Gaziev e o início da troca de murros entre ambos. O dominicano estava na sua base, em Phoenix, nos Estados Unidos, e demorou 18 horas a chegar à capital do Catar. Aterrou a apenas uma hora da pesagem que superou por pouco. Apesar de ter comprado dois hambúrgueres para se saciar no avião, só o deixaram comer um devido à estratégia de perda de peso que lhe permitiu emagrecer 5,4 kg em 24 horas.
Jeff Bottari
A drástica abordagem serviu para não ultrapassar os 120,2 kg que são o limite da sua categoria. Os condicionalismos da sua participação no combate foram demasiados para se pensar que podia vencer da forma como o fez. Antes da disputa com Gaziev, Waldo Cortés-Acosta dormiu durante 13 horas para fazer frente ao jet lag natural em alguém proveniente do Arizona, onde há 10 horas de diferença em relação ao Qatar. O processo foi mais difícil do que a luta em si. Em apenas 1:22, Cortés-Acosta despachou Gaziev, garantindo o oitavo KO da carreira.
No UFC, é pouco vulgar ver atletas competirem num espaço tão curto de tempo. Aos 34 anos, o Salsa Boy estabeleceu um recorde de combates em apenas um ano. Leva já cinco, uma marca recorde. De todas as vezes que entrou no octógono em 2025, venceu quatro e, no próximo mês, quer enfrentar Tom Aspinall, o atual campeão de peso pesado.