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José Mourinho quer “voltar a trabalhar no verão”. Em Portugal? “Nunca digas não, principalmente no futebol”

José Mourinho quer “voltar a trabalhar no verão”. Em Portugal? “Nunca digas não, principalmente no futebol”
JOSE SENA GOULÃO/Lusa

Há dois meses no desemprego e regressado a Portugal, o treinador foi a Portimão para assistir à corrida do MotoGP. Questionado acerca do seu futuro, José Mourinho foi enigmático, mas apontou para breve o seu regresso aos bancos

Foi há pouco mais de dois meses que Roma, a capital de um antigo império, onde monumentos fazem esquinas de ruas várias, se despediu de quem é, à sua maneira, uma monumental presença no futebol. A meio da sua terceira época no clube grená da cidade, José Mourinho foi despedido, em janeiro, quando a AS Roma era sexta classificada do campeonato e acabara de sofrer a oitava derrota desta estação futebolística. Pecúlio demasiado pesado para o treinador português.

Despedido pela quarta vez da carreira a meio de uma temporada, Mourinho teve a oportunidade, em português corrente, de fazer o que lhe dá na real gana. Regressou a Portugal, assistiu a jogos ao vivo em estádios e agora rumou ao Algarve, onde, nos arrabaldes de Portimão, assistirá à corrida do MotoGP deste domingo. Descontraído e de óculos escuros, roubou as atenções ao chegar à pista. De repente, o português a atrair maiores atenções desportivas deixou de ser Miguel Oliveira, único piloto nacional do mundial mais rápido do motociclismo.

Quando os jornalistas deram por ele, o treinador, de 61 anos, recebeu as perguntas mais esperadas, acerca de onde irá treinar a seguir. Respondeu José Mourinho que poderá “treinar em qualquer lado”, deixando claro que no verão quer estar a orientar uma equipa de futebol, não desvendando o que fosse sobre o rumo que vai dar à sua vida.

“Zero, zero [novidades]. Não tenho clube, estou livre. Mas quero trabalhar, no verão quero trabalhar”, declarou o técnico no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, onde decorre o Grande Prémio de Portugal em MotoGP.

A possibilidade de voltar a orientar um clube português, depois das passagens pelo Benfica, União de Leiria e FC Porto, não está descartada. “Nunca digas não, principalmente no futebol. A minha vida é futebol, posso treinar em qualquer lado e não tenho problemas”, concluiu José Mourinho, enigmático e misterioso, talvez a aguardar uma oportunidade de voltar a trabalhar no país de onde saiu há duas décadas, em grande, acabado de conquistar a sua primeira Liga dos Campeões.

Desde essa épica jornada, em 2004, o mais perto que José Mourinho pareceu estar de Portugal foi na ressaca do último Mundial, jogado no Catar, quando a Federação Portuguesa de Futebol teve de ir à caça de um novo selecionador aquando da saída de Fernando Santos. A escolha caiu em Roberto Martínez, o espanhol com quem a seleção ganhou os 11 jogos feitos desde então.

Mas, na altura, já com o treinador no cargo, Mourinho aproveitou um microfone público para dar um toque seu à história da sucessão do cargo de selecionador nacional. “Hoje posso falar-vos de algo que provavelmente não vos vai interessar, mas aproveito esta oportunidade para agradecer ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, porque o que ele me disse deixa-me orgulhoso. O facto de ter dito que eu não era a sua primeira escolha, mas sim a única escolha, deixa-me orgulhoso”, revelou o técnico, então após um jogo da Série A italiana. Da parte da FPF, nunca houve confirmação oficial.

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