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O dia em que o furacão Mourinho aterrou na Premier League

O dia em que o furacão Mourinho aterrou na Premier League
Adam Davy - EMPICS

Arrogante, insolente, arrasador. Há precisamente 20 anos, José Mourinho foi apresentado como treinador do Chelsea, autoproclamando-se como “especial”. A Premier nunca mais seria igual. Esta é a reconstituição do dia, feita por pessoas que lá estiveram

Quando José Mourinho entrou no salão principal de Stamford Bridge, no dia 2 de junho de 2004, os jornalistas que lotavam o recinto não sabiam que iam assistir a um momento único que iria ficar na história da Premier League e catapultar para sempre o mito à volta do carismático treinador português. Mourinho tinha, então, 41 anos e acabara de sagrar-se campeão europeu – precisamente uma semana antes – com o FC Porto. Com um olhar frio, quase glacial, de fato e camisa de bom corte, o furacão Mourinho enfrentou pela primeira vez os jornalistas britânicos.

Falou num inglês fluente, com forte sotaque tuga. Fez troça do seu antecessor, o encantador Claudio Ranieri. Anunciou uma razia no plantel com uma parábola sobre a laranja podre esquecida numa caixa de laranjas sadias. Soltou pérolas de imodéstia (“Tenho de dizer isto: temos jogadores de topo e – desculpem se sou um bocadinho arrogante – temos um treinador de topo”). E com uma eulogia final de 32 palavras, cunhou um epíteto que irá acompanhá-lo até ao fim da vida: “Mais uma vez, por favor, não me chamem arrogante porque o que vou dizer é verdade. Sou campeão europeu, por isso não sou um… saído da garrafa. Eu acho que sou especial”.

José-Mário-dos-Santos-eu-acho-que-sou-especial-Mourinho-Félix. Ou “The Special One”, o cognome adotado de imediato pelos ingleses. Na primeira conferência de imprensa como treinador do Chelsea, há precisamente 20 anos, o português acabava de deixar meio mundo de boca aberta. “As conferências de treinadores são quase sempre uma monotonia sem interesse. E aquela quarta-feira também não prometia nada de especial. Até ao momento em que Mourinho abriu a boca”, explica ao Expresso o repórter Dan King, que na altura trabalhava na secção de desporto do “Mail on Sunday”.

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