Grupo H

Colômbia arranca Mundial de olhos em bico com mão de Carlos Sanchéz

Dario Skomina expulsa Carlos Sanchéz logo aos três minutos de jogo
Dario Skomina expulsa Carlos Sanchéz logo aos três minutos de jogo
Carl Court
Japão bate os colombianos por 2-1 no arranque do grupo H, num jogo em que os cafeteros sofreram uma expulsão e um penálti logo aos três minutos de jogo

Tiago Oliveira

Jornalista

Não terá sido bem a mão de Deus de Maradona mas é possível que daqui a uns anos se fale da mão de Sanchéz. Até porque poucas vezes se viu um jogo de mundial com um arranque destes e a acabar numa surpresa com que poucos contavam. Com uns recordes pbatidos pelo caminho na vitória por 2-1 do Japão frente à Colômbia.

Passamos a explicar. Pouco passava dos dois minutos quando uma bola para a frente dos nipónicos acaba aparentemente controlada por Davinson Sánchez. Só que o defesa (considerado um dos melhores na última edição da premier League) pareceu que ainda não tinha saido do avião na Rússia e perdeu o lance de forma infantil. Após um primeiro remate e defesa de Ospina, o golo parecia certo só que o médio Cartlos Sánchez fez uma grande defesa com a mão e obrigou o árbitro Damir Skomina a assinalar um dos penáltis mais rápidos da história dos mundiais e a ordenar a segunda expulsão mais madrugadora da competição. Uma trapalhada de dois Sanchéz a mudar tudo em três minutos, com Kagawa a confirmar o 1-0 logo a começar.

O arranque foi de sonho para os japoneses que chegavam ao seu quarto mundial seguido num ambiente de muito pouca expectativa. O anterior selecionador, Vahid Halilhodžić, foi despedido em abril sob acusações de mau futebol e rumores de conflitos dentro do balneário, com o seu substituto a ter pouco tempo para deixar a marca e convencer os adeptos. Sem as grandes referências do passado, e muitos dos melhores jogadores lesionados ou em má foram, ninguém esperava muito de Akira Nishino.

Eu 'show' Quintero

Já na Colômbia, nem a possível lesão de James Rodriguéz parecia colocar em causa a confiança dos comandados de José Pekerman. Após chegar aos quartos de final em 2014, um grupo aparentemente fácil as boas exibições nos amigáveis e um plantel estabilizado pareciam dar garantias de voos mais altos. Sem esquecer a estreia em mundiais do talismã e melhor marcador da história dos cafeteros, Radamel Falcao. Tudo parecia alinhado.

Previsões de um jogo fácil que saíram logo derrubadas quando ainda alguns adeptos colombianos se estavam a sentar para assistir ao desafio. Se não se arrependeram logo, ainda bem, porque teriam perdido um jogo emociante. Sobretudo porque a sua equipa não atirou a toalha ao chão, apesar da desvantagem numérica. Ao início atónito, seguiu-se um Japão na expectativa a que os colombianos foram tentando responder quase sempre pelo pé esquerdo de Juan Quintero.

O médio (que ainda pertence aos quadros do Futebol Clube do Porto) foi o melhor em campo na primeira parte, sempre a encontrar colegas em profundidade e a levar a equipa para a frente. Sem surpresas, por isso, quando foi por seu intermédio que os cafeteros chegaram ao empate que premiou a boa reação. Livre do lado direito do ataque aos 39 minutos e Quintero a jogar com a impulsão da barreira para fazer a bola passar debaixo e bater Kawashima para o empate.

O empate ao intervalo ajustava-se e o que no início parecia certo para a Colômbia e aos três minutos deixou de ser, voltava a ser hipótese. Só que o regresso das equipas dos balneários trouxe um cenário muito diferente. Enquanto os cafeteros pareciam estar satisfeitos com o empate, os nipónicos pareceram finalmente aprerceber-se que estavam a jogar contra mais um e partiram para cima da defesa contrária, num ímpeto ofensivo que não se lhes conhecia.

Canto de cisne

A partir dos 50 minutos, o Japão teve três boas oportunidades seguidas enquanto Pekerman respondeu de forma surpreendente: tirou o único jogador que remava contra a maré. Sim, adivinhou, Quintero saiu para dar lugar a James e a alteração puxou a equipa ainda mais atrás, com o jogador do Bayern a mostrar-se claramente em baixo de forma.

O golo adivinhava-se e, por uma vez, a previsão confimou-se. Após mais um "ai Jesus" na área colombiana, Yuya Osako desviou um canto para o fundos das redes e deu a merecida vantagem ao Japão aos 73 minutos.

Yuya Osako salta mais alto e marca o golo da da vitória por 2-1 do Japão
Clive Brunskill

A desvantagem trouxe nova reação de Colômbia, se bem que sem a qualidade demonstrada na primeira parte, e poucos lances de aperto para os japoneses que controlaram o jogo.

Um remate de James dentro da grande área foi o canto de cisne da Colômbia num jogo que acabou com mais um resultado surpreendente num mundial que tem sido pródigo neles. Agradeçam aos Sanchéz.

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