Na impossibilidade de Manuel Neuer, capitão da seleção alemã, usar a braçadeira de apoio à comunidade LGBTQI+, a equipa optou por outro protesto. No início da partida frente ao Japão, que perderam por 2-1, todos os jogadores taparam a boca na fotografia oficial. “Foi o gesto certo para mostrar às pessoas que tentamos ajudar da maneira que podemos, mas claro que a FIFA não facilita a nossa vida”, explicou Kai Havertz.
Além da Alemanha, também a Inglaterra, País de Gales, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos e Suíça faziam parte desta iniciativa que acabou por não acontecer. A Bélgica, aliás, foi também avisada que teria que retirar a palavra “love” (amor) que estava bordada no segundo equipamento. Apesar de tudo, Eden Hazard foi um dos capitães que conseguiu usar a braçadeira em questão, num jogo antes do início do Mundial do Catar.
Talvez seja isso, entre outras coisas, que faz com que a sua reação ao protesto alemão seja inesperada. O jogador optou por relativizar o significado simbólico e associar tudo aos resultados desportivos.
"Depois perderam a partida", disse Hazard à RMC Sport. "Teria sido melhor não o fazerem [o protesto] e ganharem. Estamos aqui para jogar futebol, eu não estou aqui para enviar uma mensagem política, há pessoas que estão melhor posicionadas para isso. Queremos estar concentrados no futebol".
Hazard foi também questionado sobre a braçadeira que já não vai usar. Quem já tinha reagido ao tema foi Peter Bossaert, diretor-executivo da federação belga: “Não podemos arriscar que o Eden [Hazard] receba um cartão amarelo antes do início do jogo. Estávamos preparados para pagar multas elevadas e também o indicámos nas nossas conversas com a FIFA, mas simplesmente não houve consulta possível”, disse.
Mas no caso do jogador, o tom foi outro.
"Não me sinto confortável para falar sobre isso porque estou aqui para jogar futebol. Não queria começar o jogo com um cartão amarelo, teria sido inoportuno para o resto do torneio”, afirmou.
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