Pela primeira vez na era Fernando Santos, Portugal conseguiu gerar entusiasmo para a estreia numa grande prova. A qualidade da geração fala por si. Desta vez, havia um plano pensado para potenciar o talento disponível da melhor forma – seja feita essa justiça ao seleccionador. No papel, tudo parecia maravilhoso, especialmente depois da exibição feita contra a Nigéria. Mas a harmonia colectiva só se encontra dentro de campo, não se faz de nomes. Este jogo com o Gana demonstrou que a equipa nacional ainda está longe de se reconhecer nesta versão.
Luis Enrique, Tite e Hansi Flick são apenas alguns exemplos de planeamento a longo prazo. Espanha, Brasil e Alemanha jogam assim porque se preparam há muito tempo para o fazer. A ideia de Fernando Santos, por mais promissora que seja, não tem raízes firmes. Isto é, não está suficientemente treinada para dar garantias de sucesso no imediato. Há que reconhecer o esforço para privilegiar o perfil ofensivo e tecnicista, que tantas vezes se desperdiçou. Mas, ao contrário do que tantas vezes se diz, juntar os melhores não chega. Ajuda, mas não chega.
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