Deveríamos saber quanto nos vai custar o Mundial de 2030 para poder decidir conscientemente que, ainda que traga mais custos que benefícios, vale a pena apoiá-lo. Não é o caso, escreve Miguel Poiares Maduro, lamentando como, mais uma vez, avançámos por impulso e sem uma análise séria e informada: “A minha única esperança (ou ingenuidade) é que o país ainda esteja traumatizado com a experiência do Euro e tenha bem mais cuidado na organização deste Mundial.”
Sou um amante do futebol. Irei adorar ter as estrelas da bola por cá em 2030 e ver grande parte do país entusiasmado a “correr” atrás dessa bola. Mas não estou seguro que seja uma vantagem acolhermos o Mundial de futebol de 2030. A única certeza que tenho é que nunca deveríamos ter avançado para isso sem ter feito uma avaliação séria dos custos e benefícios.
Os estudos independentes (não confundir com os financiados pelo COI e a FIFA) relativos à organização de grandes eventos desportivos concluem que raramente estes têm um impacto económico positivo. Um, analisando os dados económicos dos países que acolheram os Mundiais de futebol ao longo dos últimos 50 anos, concluiu mesmo existir uma correlação negativa com o crescimento económico e o emprego.
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