No mínimo, cada jogadora de Portugal vai receber 27 mil euros da FIFA por estar no Mundial

A FIFA terá €138 milhões para as 32 seleções que vão competir no Campeonato do Mundo, verba que nem metade é dos €399,7 milhões prestados ao torneio masculino
O Mundial de 2023 feminino de futebol atribuirá a cada uma das 732 futebolistas inscritas um prémio mínimo de cerca de 27.200 euros e, no máximo, 245 mil caso se tornem campeãs. Estes valores correspondem a verbas vindas da FIFA, entidade que organiza o torneio.
Apesar de ainda estarem longe dos prémios atribuídos nos campeonatos do mundo masculinos, as jogadoras conseguiram um acréscimo três vezes superior às verbas a que tiveram direito no Mundial de 2019.
Mais do que isso, a FIFA concordou, em junho, que parte do dinheiro chegará diretamente às futebolistas, num contexto em que muitas delas não recebem salários, ainda com estatutos semiprofissionais ou amadores. A esses valores acrescerá as verbas diárias que cada federação nacional costuma atribuir às jogadoras por estarem em representação do país.
No último ano, o organismo do futebol mundial divulgou um relatório indicando que a média salarial anual das futebolistas situava-se nos 14.000 dólares (cerca de 12.700 euros).
“Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas garantir o pagamento direto às jogadoras é algo enorme – muda a vida de muitas jogadores que participam no Mundial”, explicou a internacional norte-americana Alex Morgan.
A FIFA tem uma verba de €138 milhões para as 32 seleções do Mundial da Nova Zelândia e Austrália, no qual Portugal, em estreia absoluta, integra o Grupo E, com as bicampeãs mundiais dos Estados Unidos, os Países Baixos e o Vietname.
Um valor que cobre os prémios, a preparação das equipas e os pagamentos aos clubes das jogadoras e que tem um crescimento significativo, em comparação com os apenas €36,3 milhões distribuídos no Mundial de 2019.
Já a verba destinada ao Mundial 2022 masculino, disputado no Qatar, situou-se nos €399,7 milhões, com cada uma das seleções eliminadas na fase de grupos a ter direito a €8,1 milhões.
A Federação Internacional das Associações de futebolistas (FIFpro) apoiou os esforços de 150 jogadoras de 25 países, entre os quais os Estados Unidos, Japão e Alemanha, para ‘forçarem’ a FIFA a uma prática de equidade entre femininos e masculinos.
No início do ano, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, admitiu que o objetivo final é a igualdade entre homens e mulheres nos Mundiais masculino de 2026 e feminino de 2027, um cenário que as norte-americanas conseguiram garantir já na sua federação.
No Mundial 2023 da Nova Zelândia e Austrália, a decorrer entre 20 de julho e 20 de agosto, a seleção portuguesa começa por defrontar os Países Baixos (jogo em 23 de julho, em Dunedin), seguindo-se o Vietname (27, em Hamilton) e os Estados Unidos (1 de agosto, em Auckland).
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt