“Para os adeptos não habituados, lembrar que, para esta segunda parte, as equipas atacarão para lados diferentes do que fizeram no primeiro tempo”. O aviso feito pela narração neozelandesa do jogo inaugural do Mundial, entre a seleção local e a Noruega, demonstrará que, para muita gente no país, este torneio que é co-organizado com os vizinhos da Austrália é uma aproximação a um jogo que não é o número um por estas terras.
Em Auckland, o Campeonato do Mundo arrancou com um surpreendente triunfo, por 1-0, da Nova Zelândia sobre a Noruega. De um lado, as anfitriãs não tinham nenhuma vitória em 15 encontros realizados nas cinco edições de Mundiais em que estiveram; do outro, as nórdicas venceram o torneio em 1995 e foram vice-campeãs em 1991, mas desde 2007 que não superam os quartos-de-final e demonstraram que, apesar da riqueza das individualidades que possuem, o coletivo deixa muito a desejar.
Hannah Wilkinson, avançada que passou pelo Sporting em 2019/20, confirmou a surpresa com um golo no arranque do segundo tempo. Uma alegria para os 42.137 espectadores, a maior casa de sempre numa partida de futebol, de homens ou mulheres, na Nova Zelândia, uma alegria depois do trágico amanhecer ditado pelo tiroteio em Auckland, o qual fez duas vítimas mortais.
No entanto, a festa com toques amargos a norte não teve correspondência maciça a sul, em Dunedin, onde Portugal fará a sua estreia em Mundiais, dia 23, contra os Países Baixos. Na cidade universitária, colonizada por escoceses e desenhada numa baía, o ambiente geral era, até, de indiferença perante o Mundial.
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