Falar com Sherida Spitse é dialogar com a história do futebol neerlandês. Com 217 internacionalizações, é a segunda jogadora europeia com mais encontros pela sua seleção, só atrás da sueca Caroline Seger (232). Capitã dos Países Baixos, fez parte da equipa que ganhou o Euro 2017 e o respeito que todos — colegas, treinador, jornalista — lhe têm vê-se em cada olhar.
Mas, na zona mista depois do encontro contra Portugal, estar a escassos metros da futebolista do Ajax era, também, reparar no seu braço direito. Lá tinha colada uma fita toda escrita, a caneta. O primeiro instinto poder-nos-ia levar a pensar que se tratariam de mensagens motivacionais, talvez até escritas por alguém que lhe seja próximo, daí que quando é lançada a pergunta sobre o que levava a neerlandesa ali, se solte um “desculpe a intromissão, caso seja algo privado”.
Mas Sherida sorri e responde: “São instruções que escrevo antes do jogo, sobre aquilo em que tenho de pensar e em que tenho de me lembrar no relvado. Coloco aqui o que tenho de fazer, aspetos aos quais tenho de estar atenta, o plano tático para o encontro… São, basicamente, notas táticas para não me esquecer de nada”. Uma cábula para uma lenda do futebol neerlandês, à semelhança do que é feito por quarterbacks na NFL.
A zona mista depois da estreia portuguesa no Mundial é um local agitado. Muitas neerlandesas param para falar com a imprensa do seu país, enquanto Ana Borges, Kika Nazareth, Jéssica Silva e Carole Costa vão falando com os jornalistas portugueses. António Costa, o primeiro-ministro, também por lá passou, cumprimentando Jéssica Silva e falando breves instantes com Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e Francisco Neto, o selecionador.
É no meio desta azáfama que a Tribuna Expresso pede, já no final do corredor, para falar um pouco em inglês com Spitse. Pedido aceite, conversa em exclusivo a gravar.
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