Ideias para o onze
“Ainda teremos mais um momento de treino, de crescimento e de avaliação, tanto desportiva como fisicamente. Só depois do treino oficial iremos escolher e começar a olhar para as que irão iniciar e para aquelas que, nos diversos cenários, nos poderão dar alguma coisa. Agora é preparar as 23 para estarem disponíveis para cumprirem com a nossa estratégia”
Ambiente antes de jogo decisivo
“A equipa sente-se motivada, com vontade de jogar. É mais uma oportunidade, mais um momento, mais um jogo de campeonato do mundo, mais uma ocasião para representarmos o nosso país ao mais alto nível. Trabalhámos muito e meritoriamente estamos na posição em que nos colocámos: chegar ao último jogo a depender só de nós num grupo extremamente difícil. Estamos com muita ambição e vontade de fazer as coisas bem”
Triunfo surpresa da Colômbia frente à Alemanha inspira para também se conseguir surpresa?
“A Colômbia tem grandes valores. Provavelmente, nós não temos tanto acesso àquilo que elas fazem, são equipas menos conhecidas, mas claro que a Alemanhá e a número 2 do ranking, é a Alemanha, super poderosa. O Mundial é muito isto, há sempre estes momentos em que equipas abaixo no ranking conseguem superar-se, transcender e ter exibições incríveis. Nós sempre acreditámos nisso, acreditamos no nosso valor e acreditamos que as equipas que são competentes e organizadas conseguem disputar os jogos até ao final. Queremos disputar o jogo contra os Estados Unidos até final, sermos suficientemente organizados e competentes para levar o jogo até ao final”
De que EUA espera?
“Uns Estados Unidos a darem continuidade ao que fizeram na segunda parte contra os Países Baixos. Altamente pressionantes, querendo dominar o jogo desde o início, tendo bola, empurrando a equipa adversária para o último terço com uma pressão muito grande, com muitas jogadoras na sua linha ofensiva no ataque ao último terço. Teremos de estar preparados e contrariar esta estratégia, que é o que acho que os Estados Unidos farão, está no ADN delas. Têm vindo a crescer no Mundial, cabe-nos a nós termos armas para o contrariar”
Ansiedade e pressão dos EUA pode ser vantagem?
“Isso é algo que não controlamos. Estamos a falar de jogadoras que jogaram muitas finais de Mundiais, estão há muitos anos em espaço de seleção, muitos Jogos Olímpicos. Claro que são seres humanos e claro que, também, quando as coisas não estão a correr bem têm alguma pressão extra. Mas quando a bola começar a rolar, a pressão de parte a parte vai desaparecer. Nós temos de ser capazes de nos impormos e não estarmos a contar com o nervosismo dos EUA. Notou-se, contra os Países Baixos, que as jogadoras dos Estados Unidos crescem com o encontro, crescem com as necessidades e a adversidade. Temos de estar preparados para a melhor versão dos EUA. Terá de aparecer, também, a melhor versão de Portugal”
Importância da eficácia na finalização
“Vamos ver se são poucas ou muitas [as oportunidades de Portugal]. Tentaremos aumentar o número de oportunidades, essa é uma grande missão, sabemos que é difícil. Já jogámos contra os EUA quatro vezes, sabemos que temos um passado duro contra elas [10 derrotas e um empate em 11 duelos, com zero golos marcados], há poucas equipas no mundo que marquem golos aos EUA. Mas nesses quatro encontros criámos sempre oportunidades, mesmo sem as termos concretizado. Temos a nossa estratégia para o ataque ao último terço, queremos colocar as nossas avançadas em boas situações para finalizar. A concretização disso estará, também, relacionada com a capacidade individual das jogadoras”
Se pudesse retirar uma jogadora aos EUA, qual seria?
“Elas não irão jogar com 10. Se eu tiro uma bicampeã do mundo, entra outra, se tiro alguém com 150 internacionalizações, se calhar entra alguém com 200. Não adiantar estar a tirar ninguém porque têm sempre valores a acrescentar, ainda agora vimos nos jogos, saiu a [Savannah] DeMelo e entrou a Rose [Lavelle]. Têm muitos valores no banco, como a Williams ou a Rapinoe. Têm grandes jogadoras preparadas e com vontade de contribuir”
Prestação de Portugal já é positiva?
“Um factor de avaliação para nós enquanto equipa técnica era a nossa capacidade para competir. Ainda falta um jogo, temos de conseguir competir. Se isso não acontecer, a participação não será tão positiva como queremos. Acima de tudo, queremos ser competitivos nos três jogos, ser organizados nos três jogos. Nos dois primeiros, acho que conseguimos isso, mas ainda falta este jogo na fase de grupos. Queremos continuar, ir à Austrália, ouvir o hino mais vezes, respeitando o adversário que está no outro lado e todo o seu poderio. Um dos critérios para nós é sermos competitivos neste patamar e acho que neste jogo temos de o ser"
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