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Mundial Feminino 2023

O Mundial em que os (simpáticos) voluntários não sabem dar informações... mas fazem uma peladinha num estádio onde as seleções não treinam

O Mundial em que os (simpáticos) voluntários não sabem dar informações... mas fazem uma peladinha num estádio onde as seleções não treinam
Catherine Ivill/Getty

Na Nova Zelândia, é raro encontrar um dos muitos assistentes de recinto — recrutados pela FIFA, mas não pagos — que consiga ajudar fornecendo indicações, ainda que o sorriso e a hospitalidade não faltem. Para cúmulo, apesar da proibição de haver treinos nos estádios nas vésperas de jogos, para proteger a relva, os voluntários de Eden Park organizaram um encontro entre eles no dia antes do Espanha-Zâmbia

“Os voluntários são a paixão, a mão que ajuda e o sorriso quente do Mundial. Ao seres voluntário no Mundial, estarás envolvido em história do futebol! Este será o primeiro Mundial a ser organizado por duas confederações (Ásia e Oceânia) e o primeiro no hemisfério sul. Faz parte do maior evento feminino de desporto, ajudando-nos a dar as boas-vindas ao mundo.”

Foi com estas frases bonitas que a FIFA promoveu a campanha para recrutar voluntários para a competição que começou a 20 de julho em Auckland e que terminará a 20 de agosto, em Sydney. É justo dizer que o Mundial se ergue à base destas pessoas não remuneradas, que ocupam uma infinidade de posições, superando largamente o staff pago pela FIFA.

Ora, pelo menos na Nova Zelândia — em Dunedin, Hamilton e Auckland, as três das quatro cidades do país que acolhem o torneio onde a Tribuna Expresso já esteve a cobrir partidas —, a capacidade que estes voluntários têm para dar informações é, vamos ser suaves, limitada.

Os exemplos percorrem o país: no estádio de Dunedin, ninguém que estava no centro de imprensa ou nas imediações do recinto sabia chegar à zona mista, chegando ao cúmulo de uma voluntária que estava no corredor que precedia o espaço onde se juntam jogadoras e jornalistas não saber que este ficava a uma porta de distância da sua localização; em Hamilton, os guardiões das três primeiras portas de entrada no Waikato Stadium foram incapazes de dizer que a entrada de imprensa era por um quarto acesso, logo ao fim da rua; em Auckland, antes do Espanha-Zâmbia, os senhores que revistam as mochilas responderam à questão “onde fica a sala de conferências” com um simples (mas sempre carinhoso e amável) “terás de ir descobrindo o caminho, my friend".

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