A eliminação do Mundial
“Temos de sair daqui orgulhosas, não nos podemos esquecer que jogámos num estádio com 43 mil pessoas contras as bicampeãs do mundo e o jogo foi nosso, a bola esteve no nosso lado. E saímos daqui também com a certeza de que, neste patamar e em jogos destes, não podemos desperdiçar as oportunidades que criámos. Podemos e devemos criar mais, mais criámos. E saímos com o sabor um bocadinho amargo de nos ter faltado um bocadinho de sorte, porque o resto esteve lá.
Esteve o talento, o trabalho, a equipa, o esforço, esteve a dedicação… faltou-nos aquela pontinha de sorte.”
Aquela bola ao poste nos descontos
“Perceber que não foi só a Capeta, não foram só as 11 que estavam lá dentro, não fomos só nós que estávamos no banco, é perceber que Portugal em campo acredito até ao último minuto e fizemos por acreditar também, provámos que éramos capazes. E somos capazes. Daqui a quatro anos há outro Mundial, as equipas vão ser outras, as jogadoras, possivelmente, vão ser outras, que é o que mais custa… Mas Portugal está a crescer e acho que temos um grande caminho pela frente, um caminho frente, a percorrer com um grande sorriso na cara. Depois deste jogo, isto tem tudo para andar para a frente em Portugal e vamos, seguramente, fazer coisas bonitas não só daqui a quatro anos, mas já nos próximos jogos em setembro.”
A injustiça no futebol
“Faz parte do futebol, o futebol é relativo, o futebol não é certo. Não são só os números, não é só a equipa que ataca mais que ganha ou remata mais, o futebol não é certo e por isso é que é bonito, o futebol acontece, não há padrão nem uma coisa certa. O futebol é bonito porque é incerto, e hoje não foi bonito. Fizemos com que o jogo fosse bonito, mas o resultado não faz com que saíssemos com um sorriso na cara, mas tenho a certeza de que amanhã e daqui para a frente, vamos olhar para este jogo com um sorriso pelo que fizemos frente às bicampeãs do mundo.”
“Tenho dito isto já há algum tempo, antes sequer de nos apurarmos. Este Mundial não é meu, não foi para mim, foi para as jogadoras que já cá andam há muitos anos a trabalhar para este momento. Eu, se tudo correr bem, hei-de ter mais Mundiais pela frente, por isso, se tivesse que escolher uma palavra, seriam todos os nomes desta equipa. Digo isto muitas vezes, o futebol para mim são as pessoas e saio muito triste daqui por, possivelmente, não ter mais outro Mundial com esta equipa, saber que o próximo Mundial não será com estas pessoas é o que me deixa mais com esta cara.”
O recorde de ter sido a mais nova de sempre a marcar num Mundial por Portugal
“Acho que me fez sorrir mais é tudo o que está atrás das câmaras e as pessoas não veem: os almoços, as atividades de equipa, as praxes, os treinos, as cuecas que levo, as cuecas que dou, esses pequenos grandes pormenores que ainda bem que as pessoas não veem, por outro lado, porque são esses pormenores que nos fazem ser grandes dentro de campo.”
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt