Estive recentemente no campo de férias organizado este ano pela minha fundação, onde os educadores prestam formação a crianças em matéria de exercício, nutrição e desenvolvimento pessoal. Reparei que os participantes espreitavam regularmente os seus telemóveis com uma certa excitação. Queriam manter-se atentos ao resultado. Naquela manhã, a Alemanha estava a jogar contra a Coreia do Sul e toda a gente sentia: a disputa é importante.
O Campeonato do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia é entusiasmante. A atmosfera nos estádios de Sydney, Brisbane e Auckland é excelente, na Europa e noutros locais milhões de pessoas acompanham o acontecimento em estranhas horas do dia. Ainda há poucos anos não teria acontecido uma coisa assim, que um jogo de uma ronda preliminar cativasse as pessoas na Alemanha. O futebol feminino tornou-se mais atraente porque está melhor. Agora ele pode ser apreciado sem que se diga “sim, mas”.
Durante muito tempo era proibido, ou dificultado, que as mulheres jogassem futebol. A Alemanha só levantou essa proibição em 1970. Agora elas reduziram significativamente a diferença que resultou dessa discriminação. Há cada vez mais mulheres a jogar futebol, fazem-no com grande intensidade e estão mais bem treinadas, mesmo nas camadas infantis e juvenis. Pode verificar-se isso nos dribles, nos cortes, nos golos espetaculares deste Mundial. Aquele que foi marcado contra a Alemanha por Linda Caicedo, de 18 anos, será recordado durante muito tempo.
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