O comunicado de Jenni Hermoso, onde pedia “medidas exemplares” contra as “ações inaceitáveis” de Luis Rubiales, que a beijou na boca durante a entrega das medalhas da final do Mundial feminino, e o processo disciplinar que a FIFA instaurou terão sido a gota de água: Luis Rubiales vai mesmo demitir-se, uma decisão que será tornada pública na sexta-feira, avança a generalidade da imprensa espanhola. Segue-se a dias e dias de críticas de todos os quadrantes, do primeiro ministro Pedro Sánchez a treinadores, presidentes e clubes, sobre o comportamento do presidente da federação espanhola de futebol (RFEF) durante a final de Sydney, no domingo.
Tudo deverá acontecer na Assembleia Geral extraordinária marcada para esta sexta-feira, às 12h de Madrid, 11h em Lisboa. Inicialmente, Rubiales não teria intenções de apresentar a demissão e a reunião, marcada por si, não teria sequer esse ponto na ordem de trabalhos, pelo que muitos clubes recusaram-se a comparecer. De acordo com o “El Pais”, as crescentes críticas e a falta de apoios entre associações regionais não deram outra saída ao em breve ex-presidente da RFEF, cargo que ocupava desde 2018, senão sair.
O facto do Conselho Superior do Desporto estar também a ponderar levar ao Tribunal Administrativo do Desporto espanhol as várias queixas apresentadas em sua sede contra Rubiales, entre elas da Liga Profissional de Futebol Feminino e do partido político Sumar, terão também levado a uma inevitável queda. O CSD acredita que Rubiales, com as suas ações em Sydney, terá violado a Lei do Desporto em matéria de violência sexual, diz o “El Mundo”.
De recordar que foi já com Rubiales na presidência da RFEF que Portugal e Espanha oficializaram a candidatura conjunta à organização do Mundial de 2030.
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