A natação tem o seu fenómeno: “Não nascem Diogos Ribeiros todos os dias. É um miúdo de 19 anos, mas tem a maturidade de um atleta de 30”

Editor
O exercício, às tantas, feito por António José Silva não se trata de massajar o seu ego ou enaltecer o currículo, embora o pareça se a resposta por isolada do contexto. Voz grossa e pausada, semelhante na forma à usada por Diogo Ribeiro dias antes, acabado de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o suspenso presidente (já lá iremos) da Federação Portuguesa de Natação enumera um percurso para ir dar ao destino: “Já ando no mundo na natação há muitos anos, fui nadador, treinador, presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação, presidente da federação, presidente da Liga Europeia e vice-presidente da World Aquatics, o equivalente à FIFA no futebol.” Depois, sim, eis onde queria chegar.
“Nunca vi um atleta, ou conheço muito poucos, que sejam tão focados e lidem tão bem com a pressão como” ele, o fenómeno da natação portuguesa que regressou dos últimos Mundias com duas medalhas de ouro, nos 50 e 100 metros mariposa, aos 19 anos. A idade de Diogo Ribeiro é nada à escala das piscinas, o atleta confessou nem ter noção do que já conseguiu e provavelmente tão pouco apalpará com exatidão o alcance do potencial que tem, mas António José Silva, que o conhece, gaba-lhe a “maturidade e inteligência emocionais a lidar com a competição” que vê “com muita dificuldade” noutros nadadores “com a mesma capacidade”. O dirigente não faz poupança nos elogios.
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