“Na NBA nada é garantido”: o passado e, agora, o futuro de Neemias Queta

É uma espécie de fenómeno de duplicação. Neemias Queta está ao nosso lado, em carne e osso, mas também no chão que pisamos, na superfície dos renovados campos de basquetebol de Monsanto, agora revitalizados pelos artistas Draw&Contra, do Projeto Ruído. Ele de um lado, Ticha Penicheiro do outro, pintados no campo, com a arte urbana ao serviço dos dois pioneiros portugueses do outro lado do Atlântico, no basquetebol mais famoso do Mundo. Ticha chegou lá em 1999, onde se tornou feiticeira dos passes impossíveis na WNBA. Neemias em 2021, o primeiro português a ser escolhido no draft da NBA. E ambos pela mesma porta, a cidade de Sacramento.

Estes campos, agora requalificados, coloridos, com uma vista de fazer inveja para a Ponte 25 de Abril e para o Cristo-Rei, fizeram parte da juventude de Neemias Queta. Numa supersónica visita a Portugal nos tórridos derradeiros dias de agosto, senta-se com o Expresso e fala do “sítio bonito” que o recebeu nos Estados Unidos nos últimos dois anos. “É muito semelhante a Portugal, adoro aquela cidade. Em termos de tempo é parecido”, conta-nos o basquetebolista de 24 anos, a horas de voltar a cruzar o charco para iniciar os treinos de pré-época com os Sacramento Kings. Apesar da confiança que transpirava há 15 dias, os Kings, com quem o português havia assinado um contrato standard não garantido, acabaram por dispensar o poste esta semana, depois da chegada ao plantel de JaVale McGee, experiente três vezes campeão da NBA. Neemias Queta é agora um jogador livre para decidir o seu destino, seja na NBA ou em outro qualquer pavilhão pelo mundo fora, depois de duas temporadas em que nunca foi verdadeiramente aposta da equipa que o escolheu no draft.