O rei Lebron James (com o príncipe Luka Dončić a ver de fora) tornou-se o jogador mais velho de sempre a marcar mais de 40 pontos num jogo da NBA. Ao mesmo tempo, é também o mais novo a conseguir esse feito, registo que preserva desde a primeira das 22 épocas que leva na liga norte-americana de basquetebol
Jornalista
O dia foi agitado na NBA. O fim do período para as equipas trocarem jogadores acabou, mas não sem antes se realizarem negócios de última hora que transfiguraram plantéis e as aspirações de alguns franchises.
Com antecedência, os Lakers viram cair-lhes no colo Luka Dončić, o mago que nem por um segundo se imaginou que pudesse deixar os Dallas Mavericks. Mas em Hollywood tudo é possível, certo? A equipa de Los Angeles juntou então o esloveno a Lebron James, dobrando a dose de predestinação no balneário.
Para já, os Lakers ainda não podem contar com o lesionado Luka Dončić, mas o regresso à competição estará para breve. Para já, o base assistiu ao jogo contra os Warriors à civil, se é que alguém mundialmente conhecido pode passar por anónimo apenas por não estar com a farda de trabalho.
A equipa de Golden State é um dos alvos preferidos de Lebron James. Os múltiplos confrontos em finais, nos tempos de Cleveland, e a relação de apreço mútuo com Steph Curry são uma narrativa à qual faz sempre questão de corresponder com exibições de luxo.
Decorria o segundo quarto do encontro e a mão de Lebron James parecia ter absorvido a temperatura do sol. Um passo à frente do meio-campo, com os pés em cima do pantagruélico logótipo dos Lakers, marcou o terceiro triplo em 38 segundos.
Rui Hachimura aproximou-se dele e deixou uma imaginária coroa descansar em cima da cabeça do King.
A NBA está há 22 épocas a usufruir de Lebron James e este poço de durabilidade é sempre capaz de algo mais. Desta vez, tornou-se no jogador mais velho (40 anos e 38 dias) a marcar 40+ pontos (até foram 42, junto de 17 ressaltos e oito assistências). O único indivíduo que também o fez depois das quatro décadas dá-se pelo nome de Michael Jordan.
Lebron James é um ser por quem o tempo tomou a liberdade de passar mais devagar – ou de não passar de todo –, encarregando-se a eternidade de limpar o pó às qualidades que os deuses lhe deram há 40 anos para as manter como novas. Basta pensar que em 2004, quando tinha apenas 19 anos e 88 dias, foi o primeiro jogador a marcar 40+ pontos numa idade tão precoce, contra um franchise, os New Jersey Nets, que já nem existe nesses moldes (a equipa mudou de local em 2012 e passou a chamar-se Brooklyn Nets).
JJ Redick, ex-podcaster e agora o treinador do Lakers, não teve soluções em abundância para o jogo frente aos Warriors, cuja vitória (120-112) solidificou o posicionamento nos lugares de acesso direto ao playoff. Lebron James foi sobrecarregado com 38 minutos de jogo. Diz-se que a capacidade de lançamento é a última faculdade que um jogador de basquetebol perde, por isso, o aspeto mais pungente da sua exibição não foram os tiros do meio da rua. Os afundanços e a capacidade atlética para ganhar ressaltos talvez causem mais incredulidade face à maneira como aquele corpo ainda respinga pela quadra.
O desempenho de Lebron James serviu apenas para adicionar um tópico às conversas em que o seu nome está envolvido. Aparentemente, nem ele, habituado a ter mão no seu destino e no das equipas que integra, sabia que Anthony Davis seria trocado por Luka Dončić. Sabendo-se da boa relação que mantém com o poste, os analista norte-americanos deixaram em aberto a hipótese de Lebron poder solicitar uma transferência, mesmo que o contrato que assinou em julho (2 anos, $104 milhões) inclua uma cláusula que o impede de ser trocado. Jogar ao lado de Dončić foi motivo suficiente para não sair de onde está. Agora, vão ter é que chegar a um entendimento para definir quem é o macho alfa dos Lakers.
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