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Não bebe, não fuma, não vai a festas. Egor Dëmin recusa viver como uma celebridade e já tramou Neemias na NBA

Não bebe, não fuma, não vai a festas. Egor Dëmin recusa viver como uma celebridade e já tramou Neemias na NBA
Cole Burston

Formado numa universidade ligada à igreja Mórmon, o aparato causado por Egor Dëmin acontece apenas dentro do campo. Longe dos olhares, prefere participar em fogueiras do que ir a festas. O base russo foi escolhido pelos Brooklyn Nets na oitava posição do Draft deste ano

A fotografia é forte candidata a ir parar a uma qualquer exposição de curadoria respeitável. As lentes apanharam o momento certo em que Neemias Queta descarregou todas as frustrações no aro, menosprezando a presença de um jogador dos Nets.

Começa a ser preciso fazer um documentário com os melhores momentos da época do português. Um vídeo curto já não é suficiente. Frente à equipa de Brooklyn, o poste chegou ao terceiro duplo-duplo (16 pontos, 12 ressaltos) esta época, mais um do que em todos os anteriores quatro anos na NBA somados.

No entanto, os Celtics voltaram a perder (113-105), falhando a oportunidade de, pela primeira vez na temporada, conseguirem uma sequência de quatro vitórias consecutivas. Por agora, vão mantendo um registo nulo de oito triunfos e outras tantas derrotas.

Em parte, a equipa de Neemias foi comprometida pelos 16 pontos que Michael Porter Jr. marcou no quarto período, mas houve outro jogador dos Nets a evidenciar-se. Egor Dëmin, a realizar a primeira temporada na NBA, demonstrou personalidade a comandar o conjunto treinado pelo espanhol Jordi Fernández.

O base russo de 19 anos foi a mais alta das cinco escolhas que os Nets fizeram na primeira ronda do Draft deste ano. Recrutado na oitava posição da lista geral, Egor Dëmin ainda não se adaptou por completo à vida na liga norte-americana. “Vir do Utah para Nova Iorque e pagar a renda é um pouco duro, não vou mentir. Não planeio comprar um carro este ano”, confessou na aparição que fez no podcast From The Logo with Jimmer Fredette.

Evan Bernstein

No Utah, encontra-se a Universidade Brigham Young (BYU), um estabelecimento de ensino ligado à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Egor Dëmi jogava no Real Madrid, onde vivia fechado num complexo que era uma “jaula dourada”, porque tinha “tudo o que era preciso”, mas os jogadores estavam impedidos de sair da bolha montada pelo clube espanhol. Em busca de tempo de jogo, ingressou na NCAA.

“Senti que era parte daquele grupo, que não ia ser estranho por não ir a festas com toda a equipa, por não beber ou por não fumar.” Os corredores da NBA acostumaram-se à cruz que habitualmente traz ao peito. Nas redes sociais, os fãs de BYU regozijam-se ao vê-lo, alegadamente, com o Livro de Mórmon na mão nas instalações dos Nets.

O estilo de vida que adquiriu no Utah é bastante diferente do que levam muitas das estrelas da NBA. “Fazíamos fogueiras, jogávamos bowling e fazíamos caminhadas. A maioria das pessoas tinha famílias. Toda a gente estava cansada. Ninguém queria ir sair à noite para se divertir. Eu, definitivamente, não quero ir a discotecas ou assim."

Egor Dëmin leva uma média de 7,7 pontos, 3,5 assistências e 3,2 ressaltos por jogo. Em fase de reconstrução, esta época não se esperam grande feitos por parte dos Brooklyn Nets, franchise que em 15 jogos ganhou apenas três.

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