“Dennis Bergkamp, Dennis Bergkamp, Dennis Bergkamp, awwwwww!!” - o bailarino genial faz 51 anos

Tribuna Expresso
Quando as eternas conversas de futebol no café ou na tasca chegam a Dennis Bergkamp (chegam sempre, mais cedo ou mais tarde…), a lengalenga é sempre a mesma: do medo de andar de avião às receções impossíveis, o clímax é alcançado quando se fala naquele golo contra o Newcastle, em que muitos ainda se debatem e coçam sobre a intencionalidade do holandês. Por favor, era o Dennis, ok?
Parece o protagonista de um bailado clássico. É tudo improvável: o toque com a bota esquerda, a rotação, o defesa sucumbir à elegância do movimento e à magnificência do artista. O remate, ou um passe para a baliza, se quiserem, foi só mais um sábado à tarde para o holandês.
Esta sexta-feira, Dennis Bergkamp cumpre 50 anos. Natural de Amesterdão, filho do Ajax e lançado por Johan Cruijff, jogou entre 86 e 93 no clube mais importante da Holanda. Por ali, ganhou um campeonato, duas taças, uma Taça das Taças (contra o Lokomotive Leipzig, 87) e uma Taça UEFA (vs. Torino, 92). Seguiu-se o Inter durante duas temporadas, onde ganhou mais uma Taça UEFA (contra o Austria Salzburg).
Som no máximo, por favor:
A grandeza chegou a seguir, em Londres, onde ganharia uma estátua (o gesto é uma receção, imaginem). Arsène Wenger ainda nem tinha chegado. Bruce Rioch era o treinador do Arsenal. Onze anos bastaram para se transformar em lenda ou, segundo os gunners, o segundo melhor jogador de sempre da história do clube. Na Premier League, que venceu três vezes (uma deles sem derrotas), jogou 315 jogos, ganhando 186 deles, e assinou 87 golos e 94 assistências. Pelo meio esteve em dois Campeonatos do Mundo (94 e 98) e três Campeonatos da Europa (92, 96 e 2000).
Mas podíamos ter esquecido as estatísticas, não faziam falta. Bergkamp vale pela técnica, estética, bailado, arte, genialidade e imprevisibilidade. Tinha uma colher no lugar da bota e parava qualquer bola. E tudo isto num ralenti que emocionava.
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