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O que dizem os teus números

“É um daqueles avançados que quase já não existem no futebol”: o que dizem os números sobre Simon Banza, o melhor marcador da Liga?

“É um daqueles avançados que quase já não existem no futebol”: o que dizem os números sobre Simon Banza, o melhor marcador da Liga?
Eurasia Sport Images

No domingo há SC Braga-Benfica, na Pedreira, e Simon Banza promete ser a maior ameaça à baliza de Trubin. Além dos golos, o que faz o avançado franco-congolês em campo que o torna tão especial e importante para a equipa de Artur Jorge? Os dados da Driblab e as palavras de Barroso, Luís Cristóvão e Tomás da Cunha explicam

Já não há avançados como antigamente. A conversa com Barroso, lendário futebolista do SC Braga e com uma perna direita que parecia uma catapulta moderna, não foi assim, mas foi quase, quase. A dois dias do jogo dos minhotos com o Benfica, o telefone do antigo médio tocou para falar sobre Simon Banza, o melhor marcador da Liga (13) com, imagine-se, mais quatro golos do que o panzer sueco que anda a encantar Alvalade. “Há poucos avançados de área”, lamenta-se Barroso.

Os treinadores e as equipas e o futebol moderno parecem pedir apenas jogadores que saem da sua zona para combinarem com os colegas, reflete. Os extremos canhotos que jogam à direita e os destros que jogam à esquerda vieram agudizar este cenário. Pior: os jogadores que chegam à linha não cruzam e voltam para trás. Os desabafos de Barroso recebem a solidariedade do jornalista. “Às vezes até brinco com alguns que jogaram comigo na altura, avançados de área: ‘Quantos golos conseguias agora?’”. Com quem, com quem?, perguntamos. “Falo disso com o João Tomás. ‘Ó João, quantos golos fazias agora?’”. Imaginamos que o Jardel de Coimbra ia sofrer, damos troco. “O próprio Jardel [ia sofrer]! O futebol era muito mais prático. Ia-se à linha e cruzava-se, não se voltava para trás, e o avançado tinha de estar lá. Muitas vezes eles perdem-se a andar pelas laterais, no meio-campo, depois a jogada chega à área e não estão lá. O Banza está lá e tem aproveitado bem. É um jogador de valor.”

O antigo capitão, a quem Cajuda terá chamado “Eusébio branco” pelo pontapé avassalador, vê em Banza um homem de área, alguém com forte jogo aéreo. O jogo da equipa, que perdeu vertigem, beneficia-o, diz, ainda que lembre que o jogador nascido em Creteil, em França (tem dupla nacionalidade congolesa), costuma começar bem e vai caindo. Não está a acontecer nada disso, avisa. Gosta de Banza, então? “Toda a gente gosta dos jogadores que fazem golos”, desarma o perguntador. “Mas gosto de todos os jogadores do Sporting de Braga.”

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