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O Europeu e o reflexo das nossas vidas: o que ele nos ensinou sobre solidariedade, racismo, homofobia e a pandemia (por Philipp Lahm)

O Europeu e o reflexo das nossas vidas: o que ele nos ensinou sobre solidariedade, racismo, homofobia e a pandemia (por Philipp Lahm)
Friedemann Vogel / POOL/EPA

Philipp Lahm foi campeão do Mundo pela Alemanha, em 2014, e somou mais de 100 internacionalizações pelo país. Neste texto, fala-nos de quatro acontecimentos que estão a marcar o seu Europeu. Nenhum deles é puramente futebolístico, mas o futebol está em todos eles

O Europeu e o reflexo das nossas vidas: o que ele nos ensinou sobre solidariedade, racismo, homofobia e a pandemia (por Philipp Lahm)

Philipp Lahm

Antigo campeão do Mundo de futebol

Um Campeonato Europeu reflete sempre a forma como nós, na Europa, moldamos as nossas vidas como um todo. Para mim há, até agora, quatro coisas, em particular, que se destacam neste campeonato. 12 de junho foi o dia em que um continente se uniu por um jogador dinamarquês. Christian Eriksen teve de ser reanimado em campo. Os seus colegas de equipa, que imediatamente formaram um círculo à sua volta, sabiam intuitivamente como ficar ao seu lado nesta situação difícil. Era palpável o quanto a sua privacidade valia para eles. Protegeram a sua dignidade nesta hora difícil. Foi um acontecimento extremamente comovente.

A solidariedade coletiva de todos no estádio de Copenhaga, tanto dinamarqueses como finlandeses, foi profunda – incluindo aqueles que temiam por Christian Eriksen de longe. O jogo seguinte foi interrompido aos 10 minutos, em sua homenagem, e todos o aplaudiram, incluindo adversários e árbitros. Depois do apito final, o selecionador dinamarquês, Kasper Hjulmand, e o belga Romelu Lukaku, que no jogo anterior tinha dedicado o seu golo a Eriksen, seu companheiro de equipa no Inter de Milão, abraçaram-se. Não foi preciso ouvir o que estavam a dizer, para saber sobre o que estavam a falar.

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