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Opinião

A inteligência de João Mário é o seu pior defeito

A inteligência de João Mário é o seu pior defeito
FILIPE AMORIM

João Mário é um daqueles jogadores cujos defeitos, embora menores, são ostensivos e cujas qualidades, embora decisivas, são discretas. É fácil, e terrivelmente injusto, assobiar João Mário. Os seus dons de futebolista-marido não excitam nem entusiasmam. Futebolisticamente falando, é decente, fiável e previsível. Tudo o que, a longo prazo, é insuportável numa relação que pede adrenalina, aventura e risco

Quando pressentimos que um jogador é bom, mas não sabemos ao certo o que o torna bom, dizemos que é inteligente. No futebol, realçar a inteligência é um elogio morno. Parece que vasculhámos a arca das qualidades e não encontrámos melhor: “toma lá inteligência e vê se te serve.” Ninguém diz de Messi, de Ronaldinho ou de Ronaldo que eram (desculpem o uso do pretérito para me referir ao argentino) inteligentes ou inteligentíssimos. A inteligência está implícita, mas não é a primeira virtude que nos ocorre quando pensamos neles. Criatividade, rapidez (também de raciocínio), vá, até visão de jogo são atributos que pressupõem inteligência. Mas se destacamos a inteligência é porque aquelas virtudes não são muito óbvias.

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