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Opinião

O privilégio de ter um Ángel à nossa mesa

Di María pode ter muitos defeitos, mas sabe o que é o Benfica. E por saber é que quis voltar. Não o inocenta de todas as falhas, mas seria um crime desperdiçar tanto talento, experiência e conhecimento do clube por níveis de exigência que depois não se aplicam a outros jogadores bem menos talentosos e menos experientes

Alguma coisa devemos ter feito bem para termos direito a Ángel Di María. É uma daquelas coisas que nos acontecem. Não temos explicação. Quando, ainda muito novo, Di María chegou ao Benfica nem sabia da existência da cidade de Lisboa. Quase no final da carreira, foi para aqui que decidiu regressar. Mistérios. Há um ano escrevi isto: “Vem para a tua despedida porque, aconteça o que acontecer, nada apagará as alegrias que nos deste e a alegria que nos dás só de te imaginarmos de novo a serpentear como um fio de esparguete no sítio onde tudo começou.”

Nada apagou as alegrias, mas nem tudo foram flores. Apenas uma Supertaça conquistada, exibições oscilantes da equipa e de Di María, um certo desgoverno na hora de gerir o corpo e o espírito do jogador. Os próprios adeptos, ensinados a ver futebol com os óculos da intensidade, apontaram o dedo ao génio argentino: já não defende, amua se fica no banco, cria mau ambiente se é substituído. Quem cria mau ambiente são os Kaborés desta vida, coitados, que andam perdidos em campo e não sabem o que é o Benfica.

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