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Sporting: o erro de casting e a orquestra sem maestro

Frederico Varandas falou como se tudo o que o Sporting alcançou nestes últimos anos fosse lógico, necessário, inquestionável. Ruben Amorim só tinha posto a máquina em andamento. Daqui em diante nem seria preciso maquinista. Ou bastava um maquinista qualquer. Um maquinista que nem maquinista fosse

Não sei, ninguém sabe, se João Pereira vai dar treinador. Três jogos à frente de uma equipa como o Sporting não dão para tirar conclusões. Eu não sei. Ninguém sabe. Exceto Frederico Varandas. O presidente jurou que João Pereira estará num tubarão europeu daqui a quatro anos. Até pode acontecer. Ninguém esperava que, ao escolher o substituto de Ruben Amorim, Varandas viesse dizer que pegou no treinador que estava mais à mão. Mas foi mesmo isso que aconteceu. E por isso teve de dourar a escolha, inventando a história da preparação do sucessor de Amorim no laboratório de Alcochete, como se dissesse “não se preocupem, não treina o Ruben, treina o João.”

Ora, esta opção de acolher João Pereira como a “next big thing” do futebol português veio ocultar o essencial: a dimensão ciclópica da tarefa que qualquer treinador teria ao substituir Ruben Amorim nestas condições. Frederico Varandas falou como se tudo o que o Sporting alcançou nestes últimos anos fosse lógico, necessário, inquestionável. Ruben Amorim só tinha posto a máquina em andamento. Daqui em diante nem seria preciso maquinista. Ou bastava um maquinista qualquer. Um maquinista que nem maquinista fosse. Um João Pereira. Se eu fosse grego chamaria a isto húbris.

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