Ainda com Roger Schmidt, Pavlidis desatou a marcar golos na pré-época. Era cedo para entusiasmos. O Vangelis parecia bom, mas faltava ver se o Pavlidis não borrava a pintura. E aí está ele, Pavlidis, tristonho, já com aquele ar de fatalismo grego por não acertar com a baliza, a tomar o lugar do Vangelis dos golos precoces e a obrigar os benfiquistas a regressar ao problema dos avançados sem golos
Os jornais dizem que Bruno Lage está preocupado com o momento de Pavlidis. Quem me dera que fosse um “momento”. Quem me dera que fosse apenas Pavlidis. Mas nos últimos anos o Benfica tem vivido psicodramas com os seus avançados que, mais do que de um treinador, parece que precisam de um terapeuta, de alguém que os deite num divã e lhes faça perguntas sobre a infância, os papás, o medo do escuro e a aversão às balizas.
No ano passado foi Arthur Cabral o epicentro do drama. A dada altura os benfiquistas já nem queriam saber se a equipa ganhava ou perdia. Queriam apenas que o avançado brasileiro marcasse, se livrasse da maldição, afastasse o mau-olhado e sacudisse o equipamento com aquele gesto de quem venceu a macumba anti-golo. Depois podia ir para onde quisesse. Só que não foi. Continuou na Luz. E veio outro avançado. E quando se esperava que o grego fosse imune a maldições e inspirasse Cabral, não é que os dois entram numa disputa particular para ver quem marca menos?
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