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António Silva chegou a ser o jogador mais valioso do plantel do Benfica, a próxima venda milionária. Outrora imperador do primeiro terço, agora parece um desastre em chuteiras, propenso a paragens cerebrais indignas de um juvenil e autor de um vasto leque de penáltis escusados. O Benfica entra em campo a tremer sempre que a bola lhe vai parar aos pés e a ver a possibilidade de uma transferência milionária a esfumar-se de dia para dia. Foi perdendo brilho, fulgor e, o pior de tudo, personalidade
Dizia Juanito, glória do Real Madrid das inverosímeis remontadas dos anos 80, que noventa minutos no Bernabéu eram muito longos. Não é só no Bernabéu. Há carreiras que se fazem ou desfazem num jogo. Às vezes até num lance. No futebol, uma semana são séculos. Agora imaginem dois anos e meio. Há dois anos e meio, a escrever sobre a ascensão de António Silva, que inesperadamente se afirmara como titular do Benfica, eu dizia que era a personalidade que o distinguia. Lembram-se dele a enfrentar Bonucci num jogo contra a Juventus para a Liga dos Campeões? Também prognostiquei a sua saída para um dos grandes de Espanha ou de Inglaterra no final dessa época se o Benfica se sagrasse campeão.
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