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Opinião

Benfica: ser pequeno para ser grande

Por um complexo de superioridade, o Benfica não gosta de assumir a pequenez, mesmo que circunstancial e comparativa. É sempre grande, enorme, o maior. “Gyökeres? Nós temos o Pavlidis, pá!” Ora, o Sporting é campeão nacional e tem na equipa o melhor jogador do campeonato. O Benfica não tem de esmagar o Sporting, não tem de entrar à maluca nem “cair em cima deles.” Tem de ganhar por uma diferença de dois golos. Para ser grande no final, para ser campeão, o Benfica tem de aprender a ser pequenino nos noventa minutos

“O Benfica não tem medo de ninguém!”, berrou um amigo benfiquista, daqueles fervorosos, de bancada. Respondia a uma tímida e, no entender dele, cobarde confissão da minha parte: tenho medo do Gyökeres. Que ultraje! Um benfiquista não teme nada, não teme ninguém. E prosseguiu com uma série de argumentos lógicos – o Benfica tem melhor plantel, melhor treinador e recebe o Sporting em casa – que, porém, não condiziam completamente com aquele espírito voluntarioso que associo sempre à disposição dos jovens nas vésperas da Primeira Guerra Mundial. Num dia estavam aos pulos de contentamento para partir para a frente de combate, no outro estavam a morrer na Flandres, gaseados que nem moscas.

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