Exclusivo

Opinião

Campeonato de um só nome

Após a saída de Ruben Amorim, o Sporting tornou-se muito mais dependente do trabalho e da inspiração de Gyökeres, além de, mesmo assim, revelar grandes dificuldades contra equipas que apostam no “ataque à portuguesa”, fechadinhas lá atrás. Foi o mais próximo que um campeonato pode chegar de um monólogo e um desporto coletivo de um desporto individual

As vitórias têm muitos pais. As derrotas são órfãs. Pior: são enjeitadas. Ninguém as quer. Pudera. Mas a vitória do Sporting neste campeonato tem um único pai, Viktor Gyökeres, os restantes são padrastos. Gyökeres é pai e mãe, avô e avó, padrinho e madrinha do vigésimo primeiro título do Sporting. Curiosamente, muitos sportinguistas veem esta afirmação como um sintoma de mau perder. Queriam um reconhecimento da superioridade absoluta do Sporting em todas as esferas da existência. Nesse mundo de fantasia, Gyökeres partilha responsabilidades com Pote (aparecido a tempo de marcar um golo no jogo decisivo), Hjulmand (oh, captain, my captain), o filósofo Amorim e o acidental Borges e, lá em cima, a brilhar sobre todos, Frederico Varandas.

Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt