Opinião

O Mundial de Clubes terá novidades na arbitragem: conheça-as

O Mundial de Clubes terá novidades na arbitragem: conheça-as

Duarte Gomes

ex-árbitro de futebol

A competição, que arranca na madrugada de domingo, vai testar algumas medidas no sentido de dar maior transparência e emoção ao futebol. O ex-árbitro internacional Duarte Gomes explica-as

A tecnologia veio para ficar e é mesmo uma realidade inevitável nos nossos dias.

Podemos gostar mais ou menos, podemos aceitá-la com maior ou menor relutância, mas o que não devemos fazer é negar a sua existência ou desaproveitar (com sensatez) os benefícios que pode dar à sociedade.

O futebol e a arbitragem têm sabido aproveitar o seu potencial, adaptando-a ao jogo e às decisões com dois grandes objetivos: tornar o espectáculo mais atrativo e a verdade desportiva mais apurada. Prova disso são as várias alterações introduzidas ao longo das últimas épocas. As expetativas nem sempre foram alcançadas, mas é inegável que os resultados têm sido francamente mais positivos.

No próximo Mundial de Clubes, que decorrerá entre 15 de junho e 13 de julho próximos, irão ser testadas outras medidas no sentido de dar maior transparência e emoção ao futebol. 

O conhecido "fora de jogo semi-automático", que já recorre a inteligência artificial e a imagens tridimensionais para analisar o adiantamento irregular dos avançados, terá uma melhoria substancial: os árbitros receberão em tempo real um alerta dado pelo sistema que segue os movimentos da bola e o posicionamento dos atletas. Isso permitir-lhe-á sancionar de imediato foras de jogo que sejam claros e evidentes.

Outra novidade diz respeito às revisões efetuadas em sala pelos VARs: serão transmitidas em direto nos ecrãs gigantes dos estádios, permitindo aos adeptos que pagam bilhete a possibilidade de acompanharem in loco o que está a acontecer em termos de processo de decisão. 

Nota ainda para as câmaras corporais, um pouco à semelhança do que acontece com os agentes policiais nos Estados Unidos. Os árbitros irão utilizá-las durantes as partida na zona do peito, o que permitirá o recurso às imagens captadas durante a transmissão.

Já as substituições, que geralmente contribuem para a quebra de ritmo nos jogos, serão pedidas via tablet pelas próprias equipas, o que agilizará todo o processo.

O sucesso (ou fracasso) destes ensaios permitirão perceber que tipo de inovações ainda podem ser introduzidas na indústria. O grande desafio é melhorar a qualidade dos jogos sem quebrar a sua emotividade e dinâmica. 

Não é fácil mas é possível.

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