José Mourinho tornou-se um ímpar colecionador de despedimentos e amealhador de indemnizações, recebido sempre como o rei que outrora foi e acabando de semblante mais apático do que triste e bolsos recheados na zona de partidas internacionais de um qualquer aeroporto
Se não estou em erro, e se os arquivos não me falham, a última vez que dediquei uma crónica a José Mourinho foi em 2018, há sete anos, estava ele no Manchester United. Intitulava-se a crónica “Mourinho à deriva”. Terminava assim: “José Mourinho entrou numa espiral negativa que, mais do que catastrófica ou apocalíptica, é assustadoramente mediana e só a sua personalidade prometeica combinada com a dimensão do United lhe dá uma grandeza trágica. É por isso que não conseguimos desviar os olhos deste acidente banal. Não é o Titanic a embater num icebergue, mas antes um paquete de luxo, comandado pelo mais insolente dos capitães, a navegar sem rumo pelos mares calmos da mediocridade absoluta.”
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