Quando a seleção sub-17 conquistou o Mundial nem seis meses após a vitória no Europeu, houve um coro quase unânime de vitoriosa desilusão. Foi um combate a várias vozes para ver quem era o mais pessimista. Pronto, nem todos vão jogar na Premier League. Nem todos serão internacionais A (provavelmente apenas uma minoria). Muito poucos vencerão a Champions. Mas tudo isto já sabíamos antes da vitória no Mundial
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Na semana passada, após o triunfo da seleção portuguesa no Mundial de sub-17, apoderou-se da generalidade dos comentadores uma estranha melancolia: a melancolia da vitória. Diz-se muitas vezes, e não sem razão, que somos um povo que passa depressa da euforia à depressão. Desta vez conseguimos superar-nos, passando diretamente para a depressão sem experimentar ou manifestar um mínimo de euforia. Talvez estejamos a apurar os nossos dotes depressivos. Já não nos deprimimos apenas com as derrotas, como é próprio dos deprimidos amadores, mas agora até nos deprimimos com as vitórias.
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