No Princípio Era a Bola

Ian Cathro, o escocês mais português que há: “Não consigo preparar um jogo e pensar: ‘Ok, vocês podem ficar com a bola’. Quero desfrutar”

Escreveu um livro como terapia, faz por ser autêntico no campo e insiste que a sua missão no futebol é melhorar os jogadores. Ian Cathro tem 38 anos, é treinador do Estoril Praia e diz que a melhor decisão que tomou na carreira foi tirar um período sabático - aos 30. Aí já se tinha atirado de cabeça para Portugal (onde adora estar) sem falar uma ponta de português para ser adjunto de Nuno Espírito Santo. Antes, com 20 anos, recebeu um email de Villas-Boas a convidá-lo para assistir a um treino do FC Porto. Hoje fala um português perfeito e agradece a “todos os que fizeram para complicar” a sua vida na Escócia, quando apareceu no Hearts e sofreu com os preconceitos do futebol

Ian Cathro, o escocês mais português que há: “Não consigo preparar um jogo e pensar: ‘Ok, vocês podem ficar com a bola’. Quero desfrutar”

Rui Malheiro

Analista de futebol

Ian Cathro, o escocês mais português que há: “Não consigo preparar um jogo e pensar: ‘Ok, vocês podem ficar com a bola’. Quero desfrutar”

Tomás da Cunha

Analista e comentador de futebol

Tomás Delfim

Sonoplastia

Uma noite, do nada, recebeu um convite de André Villas-Boas para assistir, na manhã seguinte, a um treino do FC Porto e lá foi a correr da Escócia para o Olival (chegou já depois do aquecimento). Ian Cathro sempre quis ter um percurso diferente, mais tarde, também se atirou de cabeça, de novo, para Portugal, onde se juntou a Nuno Espírito Santo no Rio Ave - e ia todos os dias do Porto para Vila do Conde de metro.

Teve aulas de português com Jan Oblak, mas cedo percebeu que as melhores lições seriam no dia-a-dia, na rua. Aos 38 anos, treina o Estoril Praia, foi eleito o treinador do mês de janeiro na I Liga e garante, pela experiência que passou no seu país, onde foi rodeado por críticas e pressão dos estereótipos do futebol quando treinou o Hearts, aos 30 anos - em parte, por não ter sido jogador profissional - que hoje não é afetado pelo que vem de fora. “Nada me toca, sinceramente. Quando alguém diz isto, normalmente estão a mentir. Mas é a verdade.”

Nuno Fox

O futebol é um jogo simples que muita gente complica. Por isso vamos analisá-lo e descomplicá-lo com a ajuda de quem sabe. Todas as semanas, Tomás da Cunha e Rui Malheiro vão explicar tudo sobre os jogos e as equipas de futebol em Portugal e lá fora. Acompanhe o podcast da Tribuna Expresso.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: dpombo@expresso.impresa.pt