Depois de quase três décadas de eleições sem concorrência, Jorge Nuno Pinto da Costa volta a ir a votos, ao 15º mandato, desta vez tendo um opositor: José Fernando Rio, jurista e ex-comentador de longa data da estação televisiva do FC Porto.
Nas eleições para o quadriénio 2020/2024, o decano dos presidentes de clubes de futebol terá como candidato à Mesa da Assembleia Geral portista Lourenço Pinto, líder da Associação de Futebol Porto, a maior do país, lugar até agora ocupado pelo juiz jubilado José Manuel Matos Fernandes. A lista ao Conselho Superior é encabeçada por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, enquanto José Guimarães foi o nome escolhido para o Conselho Fiscal e Disciplinar.
Pinto da Costa, na liderança dos dragões desde 1982, volta a ir a jogo numa altura em que a equipa de Sérgio Conceição ultrapassou o rival Benfica no topo da tabela classificativa, mas depois de um mandato marcado por apenas um título de campeão nacional e pelas contas no vermelho.
Sob a alçada do fair play financeiro da UEFA até ao final da época, o FC Porto registou um prejuízo de quase €52 milhões nas contas semestrais, um passivo galopante de €440 milhões e quase €90 milhões de capitais negativos, contas que o candidato da oposição classificou de “assustadoras”, em entrevista à Tribuna Expresso.
Embora garanta que não se candidata contra Pinto da Costa, mas pelo futuro sem rumo do FC Porto, José Fernando Rio, 51 anos e jurista de formação, entregou a lista esta tarde, no Museu do FC Porto, encerrado devido ao surto do novo coronavírus, tendo logo requerido ao presidente da Assembleia Geral em funções a solicitar o adiamento das eleições para “evitar o contágio” dos sócios, num ato que o candidato prevê seja “muito concorrido”.
Para ir a votos, José Fernando Rio entregou na oficialização da candidatura 385 assinaturas de sócios do clube, mais 85 do que as exigidas pelos estatutos. “No contexto atual de contenção social que vivemos, foi difícil atingirmos as 600 que gostaríamos”, referiu à Tribuna Expresso fonte da candidatura.
Entretanto Matos Fernandes já admitiu, em declarações à Lusa, a possibilidade de as eleições serem adiadas devido aos efeito da pandemia.
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