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André Villas-Boas: “Os órgãos sociais do FC Porto assistiram impávidos e serenos a agressões aos sócios por parte de uma guarda pretoriana”

André Villas-Boas: “Os órgãos sociais do FC Porto assistiram impávidos e serenos a agressões aos sócios por parte de uma guarda pretoriana”
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

À margem da Web Summit, o antigo treinador dos dragões lamentou os acontecimentos da Assembleia Geral de 2.ª feira, pedindo até a intervenção das autoridades. E deixou claro que a apresentação da candidatura à presidência do FC Porto estará para breve

André Villas-Boas acusa os órgãos sociais do FC Porto de terem assistido “impávidos e serenos” à agressão e intimidação de sócios durante a Assembleia Geral de segunda-feira, que acabou por ser suspensa e adiada para dia 20.

À margem de uma comunicação na Web Summit, o antigo treinador dos dragões e provável candidato à presidência nas eleições de 2024, foi duro nas críticas e pediu inclusivamente a intervenção das autoridades.

“O que se passou ontem [2.ª feira] foi absolutamente lamentável e uma derrota interna dos órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas aos associados por uma guarda pretoriana. Os associados do FC Porto moveram-se em massa porque querem expressar os seus sentimentos e foi-lhes impedido o direito de se expressarem livremente e em segurança”, começou por dizer Villas-Boas, que em entrevista à Tribuna Expresso, no final de outubro, assumiu estar a fazer um caminho para “estar preparado para ser opróximo presidente do FC Porto”.

Em declarações à comunicação social, André Villas-Boas pediu “às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao IPDJ, ao Secretário de Estado do Desporto” para pedirem “com urgência” as imagens “das câmaras de vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena, e proceda a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros” que aconteceram na noite de segunda-feira.

Villas-Boas fala de “uma derrota do FC Porto, grande e profunda” e de “uma ferida e uma mágoa profunda que ficará na memória dos sócios para sempre”.

"Cabe ao FC Porto responder com sentido de elevação, com sentido democrático. E que não se permita que uma Assembleia Geral decorra refém de uma guarda pretoriana que faz e desfaz da maneira que lhe apetece”, sublinhou.

Sobre o silêncio do FC Porto que até à hora das declarações existia nos seus canais oficiais sobre os incidentes da última noite, nomeadamente da direção, o técnico que levou os dragões à conquista da Liga Europa em 2011 diz que não pode “responder pela direção do FC Porto”.

"Isto para mim não é um assunto de anúncio ou não de candidatura, falo como associado do FC Porto, confrontado com as coisas que vi e com as imagens de um associado de 19 anos a chorar desalmadamente, com vergonha do clube, fora as agressões que todos presenciámos e vimos. Lamento imenso que tenha sucedido e espero sinceramente que a direção e os órgãos sociais tenham a capacidade de, se querem levar avante a Assembleia de dia 20, a procedam de uma forma ordeira, ética e onde os valores do FC Porto sobressaiam pelos bons motivos e não pelos piores”, rematou, deixando desejos que tudo aconteça da forma “mais segura possível para que as pessoas possam exprimir livremente o que pensa da proposta de alteração dos estatutos”.

Candidatura quando equipa estiver montada

Ainda na Web Summit, André Villas-Boas deu a entender que avançar para a candidatura à presidência em 2024 será uma “formalidade”. Que poderá estar para breve.

“Eu não posso ficar indiferente ao apoio que sinto. Apresentar uma candidatura minha é quase o cumprir de uma formalidade. Apenas quero dar passos seguros, criteriosos, transparentes, suportados em equipa de rigor, de alto nível e credibilidade, porque é o que o FC Porto merece. Quando eu tiver todas as equipas montadas, um programa eleitoral digno, como merece uma instituição como o FC Porto, apresentar-me-ei com a minha lista e minha candidatura”, explicou.

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