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Atrasos, mudança de local e violência: Assembleia Geral do FC Porto marcada por caos e confrontos, acabou adiada para dia 20

Atrasos, mudança de local e violência: Assembleia Geral do FC Porto marcada por caos e confrontos, acabou adiada para dia 20
MIGUEL RIOPA

Reunião extraordinária, que iria deliberar sobre os novos estatutos do FC Porto e vista como um primeiro momento de duelo entre Pinto da Costa e André Villas-Boas, juntou muitos mais sócios do que aqueles que eram esperados e foi à última hora mudada para o Dragão Arena. Mas confrontos entre sócios motivaram a suspensão e adiamento para daqui a uma semana. Villas-Boas fala de “um dos dias mais negros da história do FC Porto”

Noite de caos no Porto, onde deveria ter decorrido a Assembleia Geral extraordinária do FC Porto, que iria deliberar sobre os novos estatuto do clube, mas que era também vista como um primeiro duelo de sensibilidades entre Jorge Nuno Pinto da Costa e André Villas-Boas, que anunciou durante o fim de semana que estaria presente na reunião.

Depois de atrasos, de uma mudança de local para o Dragão Arena devido à grande afluência de sócios e de várias cenas de violência e agressões entre adeptos, a Mesa da Assembleia Geral decidiu adiar os trabalhos já depois da meia-noite, marcando para dia 20, na próxima segunda-feira, nova Assembleia.

Tudo deveria ter começado às 21h, com a reunião marcada para um auditório do Estádio do Dragão com cerca de 400 lugares. Só que as filas que se foram formando nas imediações logo deram sinal que seria impossível realizar a reunião naquele local. A Mesa da Assembleia Geral acabou por decidir mudar a AG para o Dragão Arena, com mais de 2 mil lugares, para as 22h30, apesar dos pedidos para que a mesma fosse desde logo adiada.

A AG extraordinária arrancaria finalmente já depois da segunda hora marcada, mas com muitos adeptos ainda fora do pavilhão. Seguiu-se então um primeiro momento de violência, já dentro do Dragão Arena, que levou muitos adeptos a abandonarem o local, em debandada. Depois de alguma acalmia, novos incidentes entre sócios foram a gota de água, com a Mesa da Assembleia Geral a decidir-se pela suspensão.

De acordo com o diário “O Jogo”, a decisão foi tomada depois de um sócio, que tinha discursado com críticas à atual direção, ter sido agredido quando voltava para as bancadas. O jornal “A Bola” diz que o adepto foi mesmo conduzido para fora do pavilhão à força.

André Villas-Boas: “Um dos dias mais negros da história do FC Porto”

Além de André Villas-Boas, estiveram presentes no Dragão outros possíveis candidatos às eleições de 2024, José Fernando Rio e Nuno Lobo, que já se apresentaram a sufrágio em 2020. Nuno Lobo prometeu mesmo que iria impugnar os resultados da AG, antes desta ser suspensa.

“Infelizmente, tomei conhecimento de que a AG se iniciou com estas pessoas todas aqui fora. Não tenho palavras para qualificar a situação. É uma vergonha o que estão a fazer com os sócios do FC Porto. Mudaram de sítio sem avisar e começaram uma AG sem ter respeito pelo último associado que entrou no recinto. Isto é lamentável. Não me revejo no rumo que o clube está a tomar”, sublinhou o empresário aos jornalistas.

Já André Villas-Boas começou por lamentar “a falta de organização” da reunião, pedindo logo nova marcação “para um local e uma hora apropriados, de forma que todos os sócios possam votar livremente”. Mais tarde, já depois da suspensão da AG, usou o Instagram para lançar palavras fortes sobre os acontecimentos da noite de segunda-feira.

“Um dos dias mais negros da história do FC Porto. Sem vergonha, sem escrúpulos, sem respeito nenhum pelos Associados deste grande clube (…). O FC Porto precisa de se encontrar nos seus princípios, nos seus valores e nas suas bases. O que se passou hoje [2.ª feira] não poderá nunca voltar a repetir-se”, escreveu.

Entre as alterações nos estatutos está a possibilidade da mudança das eleições de abril para uma data até junho, a adoção do voto eletrónico e por respondência e o aumento da filiação mínima de 10 para 15 anos para quem quer concorrer à presidência do clube. Qualquer alteração nos estatutos necessita de 75% de votos favoráveis dos sócios presentes.

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