FC Porto

Ministério Público quer Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, em prisão preventiva

Ministério Público quer Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, em prisão preventiva
Octavio Passos

Esta terça-feira ficam a ser conhecidas as medidas de coação aos nove suspeitos detidos na Operação Pretoriano

Ministério Público quer Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, em prisão preventiva

Hugo Franco

Jornalista

O Ministério Público (MP) quer que Fernando Madureira, o líder da claque dos Super Dragões, aguarde o julgamento em prisão preventiva, por ser suspeito de atos de criminalidade violenta, avança o “Jornal de Notícias”. Uma informação já confirmada pela Tribuna Expresso.

Já sobre a mulher, Sandra Madureira, vice-presidente da claque, também detida na semana passada pela PSP, o Ministério Público entende que deve ficar em liberdade.

A procuradora da Operação Pretoriano pede também a medida de coação mais pesada para Hugo “Polaco” Carneiro, por cumplicidade com ‘Macaco’ na coação a adeptos na última Assembleia Geral do FC Porto, em novembro.

Já para outros dos arguidos, como o oficial de ligação aos adeptos, Fernando Saúl, Tiago Aguiar, funcionário do FC Porto, e António Moreira de Sá, o MP pede apenas medidas de proibição de contactos com os restantes suspeitos do caso.

Para Vítor Catão, o MP quer que fique em prisão domiciliária.

Esta terça-feira deverão ser conhecidas as medidas de coação a aplicar pelo juiz de instrução criminal do caso,Pedro Miguel Vieira, aos nove detidos.

As suspeitas do MP

O MP suspeita que Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto (que não foi detido na operação policial), arquitetou um plano em que usou o oficial de ligação aos adeptos do clube, Fernando Saúl, para chegar à cúpula da claque portista: Fernando Madureira e a mulher, Sandra, que é vice-presidente dos Super Dragões.

O objetivo seria o de evitar que os novos estatutos fossem rejeitados pela maioria dos sócios na última Assembleia Geral do clube, garantindo assim que continuariam a beneficiar de regalias e de ganhos para os bilhetes de jogos de futebol.

Para a concretização do plano, ‘Macaco’ recorreu a Hugo ‘Polaco’ Carneiro para introduzir no palco da AG vários não-sócios, membros de confiança da claque.

No Dragão Arena, para onde a AG foi transferida, estes elementos terão intimidado os sócios com várias palavras de ordem. “Batam palmas, filhos da puta. Vão todos levar nos cornos, seus filhos da puta. Villas-Boas desaparece daqui senão levas. Ingratos do caralho.”

Os sócios que gravavam com o telemóvel os focos de tensão foram coagidos a parar de filmar, mesmo os mais idosos e com problemas de locomoção.

As ameaças continuaram: “Bazem daqui ou vão morrer. O Porto é nosso. Quem não está com Pinto da Costa vai morrer.”

Ainda de acordo com o mesmo documento, Vítor Catão ameaçou e impediu que jornalistas da SIC e do Correio da Manhã entrassem no recinto: “Ponham-se no caralho. Ide embora. Não estão aqui a fazer nada. Não ides filmar aqui.”

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: HFranco@expresso.impresa.pt