FC Porto

Pinto da Costa liga Villas-Boas às arbitragens negativas para o FC Porto e defende Fernando Madureira: “Matou alguém?”

Pinto da Costa liga Villas-Boas às arbitragens negativas para o FC Porto e defende Fernando Madureira: “Matou alguém?”
JOSÉ COELHO

Em entrevista à SIC, o presidente e candidato à liderança do FC Porto deixou mais uma vez muitas críticas a André Villas-Boas, que diz ter sido “empurrado por quem tem outros interesses". Sublinhou ainda que não há imagens que provem que Fernando Madureira agrediu outros sócios na AG de 13 de novembro, revelando ainda que um dos objetivos para o próximo mandato é chegar a mais uma final europeia

A menos de um mês das eleições para a presidência do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa concedeu uma entrevista à SIC em que voltou a visar André Villas-Boas, considerando mesmo que as arbitragens mudaram para os dragões a partir do momento em que o antigo treinador do clube apresentou a sua candidatura.

“Em 2023, o FC Porto não teve razões de queixa, foi indiretamente prejudicado porque o Sporting frente ao Casa Pia e Farense ganhou pelas arbitragens, mas é um fator indireto. Mas há uma coisa curiosa: a partir do momento em que apareceu uma candidatura, coincidências certamente, a do Luís André Villas-Boas, a arbitragem mudou”, sublinhou o líder do FC Porto desde 1982.

A curiosa menção a “Luís André”, para se referir a Villas-Boas, durou toda a entrevista, com Pinto da Costa a acusar a candidatura rival de não ter feito mais nada “senão tentar dividir os sócios, é visível”, criticando o que diz ser a mudança de atitude do adversário.

“Há dois momentos: a candidatura do Luís André e depois a minha candidatura. Até à candidatura do Luís André, o que é que aconteceu? Eu era o presidente dos presidentes, a minha obra era fantástica, eu merecia uma estátua, eu era o herói dele e eu era uma maravilha. Porque pensavam que eu não me ia candidatar. A partir do momento em que apresentei a minha candidatura, está tudo mal, tudo mal, a academia, que é um orgulho para nós, que vai ser a melhor do país, já não vale nada e querem transferi-la lá para um galinheiro no Olival”, frisou, acusando Villas-Boas, que defende a permanência no Olival, de ter comprado um terreno no local “a um amigo”.

Pinto da Costa acredita ainda que Villas-Boas foi “empurrado” para a candidatura à presidência “por quem tem outros interesses”, atirando-se a Joaquim Oliveira, que diz apenas estar de olho nos “interesses televisivos”.

“Ele é sportinguista, tem camarote no Sporting, faz uma guerra tremenda ao FC Porto e de repente aparece interessando na vida do FC Porto?”, lançou ainda.

Sobre os comentários de André Villas-Boas sobre as capacidades do atual presidente, com 86 anos, Pinto da Costa usou da sua habitual ironia, com uma bicada à mistura: “Fisicamente não sei, ele nunca me viu correr. Não o vejo há anos. Mentalmente é natural que esteja um bocadinho tolinho, mas há quem esteja mais. Pior que ser tolinho é ser imbecil”.

Expectativas e confiança em Sérgio Conceição

Sobre o jogo de sábado, que terminou com a 5.ª derrota do FC Porto esta época para o campeonato, Pinto da Costa recordou a arbitragem. “Toda a gente viu a forma como perdemos”, disse, considerando que os jogadores do Estoril “fizeram o que quiseram em campo”. Reconheceu também que o FC Porto “está praticamente fora da corrida” pelo título e mesmo por um lugar de Champions, mas que “há mais coisas para ganhar” e que o clube vai lutar pela Taça de Portugal.

Pinto da Costa frisou ainda que, caso seja eleito, o treinador que quer “é Sérgio Conceição”, recusando-se a dizer que já tem algum acordo com o técnico para a sua continuidade. Mas sublinhando que só tem “plano A” nesta questão. Uma presença numa final europeia, diz, é um objetivo para o próximo mandato, afirmando acreditar que tal já podia ter acontecido este ano: “Se não fossem os penáltis [contra o Arsenal], eu acho que iríamos à final”.

Operação Pretoriano e Madureira

Durante a entrevista à SIC Pinto da Costa defendeu Fernando Madureira, lembrando que “não há imagens que provem” que o líder dos Super Dragões, detido no âmbito da Operação Pretoriano, “tenha agredido seja quem for” durante a assembleia geral de 13 de novembro, marcada por violência entre sócios.

Sobre as acusações do Ministério Público que recaem sobre Madureira, Pinto da Costa diz que “isso é a opinião deles”, escusando-se a mais comentários. Questionado sobre se iria visitar Madureira à prisão, o presidente do FC Porto diz que não o faz porque há visitas limitadas, mas que não teria problema nenhum em fazê-lo: “Mas ele matou alguém? Ele roubou alguém?”. Já sobre Fernando Saul, oficial de ligação aos adeptos e também arguido na Operação Pretoriano, a opinião é diferente e Pinto da Costa assume que o clube está a tentar a sua desvinculação do FC Porto.

Ainda sobre a assembleia geral de 13 de novembro, mais um ataque a André Villas-Boas: “Deem-me uma explicação para pela primeira vez na história de um clube português alguém dizer aos sócios: ‘Vão lá e filmem tudo’. É porque sabem que vai haver algo de anormal a acontecer”.

Pinto da Costa confirmou ainda a saída de Adelino Caldeira e sobre a ligação de João Rafael Koehler, membro da sua lista, ao fundo Quadrantis, denunciada por Villas-Boas, deixou comentários vagos. “O senhor Luís André diz mal do fundo Quadrantis, ele diz mal e tudo”. Pinto da Costa diz que desde que “os bancos portugueses fecharam a torneira” que trabalha com “bancos estrangeiros” que financiam o clube e sobre as taxas de juros cobradas pela Quadrantis sublinha que “com o financiamento que está a ser feito”, o fundo irá cobrar “cerca de metade dos juros” que neste momento o clube paga, escusando-se a adiantar valores e remetendo mais explicações sobre questões financeiras para a apresentação da equipa, que vai acontecer na sexta-feira.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: lpgomes@expresso.impresa.pt